quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017


O Atraso das Televisões

 

                            Em relação a apenas 50 anos passados as televisões avançaram extraordinariamente. Em relação à década dos 1970 todas foram muito longe, menos a TV italiana, que continua sem saber fazer equilíbrio de cores, o que a Globo dominou há décadas.

                            Contudo, olhando pela ótica do modelo, elas são todas muito atrasadas, e só fui compreender isso ontem, porque me perguntei de onde vinha minha insatisfação, quando nitidamente os canais (especialmente os Discovery) apresentam tão formidáveis documentários e programas, se comprados com apenas duas ou mesmo uma década (s) atrás.

                            Qual é o motivo da minha insatisfação?

                            Elas não enquadram a Psicologia (figuras ou psicanálises ou quem?; objetivos ou psico-sínteses ou por quê?; produções ou economias ou com quê?; organizações ou sociologias ou como?; espaçotempos ou geo-histórias ou quando/onde?) geral, até porque não a conhecem assim. Dentro da Economia não separam os setores como: 0) bancário, 1) agropecuário/extrativista, 2) industrial, 3) comercial, especialmente porque essa classificação não é conhecida, nem muito menos aceita.

                            Se não conhecem não podem fazer, a culpa não seria delas, deveríamos perdoá-las. Mas elas não passaram do nível da apresentação do indivíduo, da superapresentação ou superafirmação do indivíduo, o individualismo, a doença do info-controle ou comunicação. A TV inteira está doente disso, quando as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos, empresas) e os AMBIENTES (cidades/municípios, estados, nações e mundo) constituem oito patamares. Os outros níveis não são mostrados, como já falei, não há maturidade, elevação suficiente. Tudo fica na altura mais baixa, a da solidão do indivíduo. Mesmo se podemos crer e aceitar, como devemos, que por não conhecerem o modelo não são obrigados a seguirem suas sendas, podemos reclamar que não tenham ultrapassado o lanço mais primitivo, mais antigo do crescimento humano. Como reclamei da CNN não ter, não digo um departamento de enquadramento psicológico, sequer geo-histórico, nem mesmo cartográfico-jornalístico, na verdade eles nem atingiram essa dignidade do ultrapassamento SENTIMENTAL do individualismo.

                            Tudo é visto pela ótica do indivíduo – nenhuma grandeza superior foi atingida. Esse é o grito de constrangimento dentro de mim, o que dentro de mim geme de estranheza, que geme de espanto do desagrado. Que atrasadas!

                            Vitória, segunda-feira, 24 de março de 2003.

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