domingo, 5 de fevereiro de 2017


Não se Deprecie, Homem

 

                            No que dizem ser o último livro de Will Durant, o grande historiador, em português publicado como O Livro de Ouro dos Heróis da História (uma breve história da civilização, da Antiguidade ao alvorecer da Era Moderna), Rio de Janeiro, Ediouro, 2002, no original americano de 2001 apenas Heroes of history (heróis da história), p. 91, ele diz: “A alma do indivíduo é uma fagulha passageira na chama da vida, em interminável mutação. O homem é um momento espasmódico dessa chama (...)”.

                            Por mais que eu goste de Durant esse é um exemplo do que denominei “racionalismo amebiano”, o raciocínio das amebas, que está mais bem expresso por ele na página 82: “Quem somos nós – ácaros numa poeira passageira – para podermos compreender o universo? ”

                            Na seção humorística da TV brasileira, Rede Globo, havia um quadro em que certa mulher se satisfazia na autocomiseração, insistindo em flagelar-se espiritualmente, ao que um personagem dizia: “não se deprecie, mulher”, falando a ela como a todas, ao sexo inteiro, firmando-o para a luta por melhores condições de vida e trabalho, por respeito e dignidade socioeconômica.

                            Aqui digo o mesmo a Durant e a todos os seres humanos.

                            O ser humano é PESSOA (indivíduo, família, grupo ou empresa) em AMBIENTE (município/cidade, estado, nação ou mundo); não é ácaro ou inseto, é ser racional em extremada construção. Está bem que diante de Natureza/Deus, Ela/Ele, ELI, tudo fenece de real grandeza, mas mesmo assim há um propósito em tudo, e não é pequeno para os seres humanos e todos os racionais. Não é bom acanhar-se e rebaixar-se assim, mormente para Durant, que é apreciado verdadeiramente, nem para qualquer ser humano, por menos que tenha feito em sua tela de vida.

                            Vitória, terça-feira, 11 de março de 2003.

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