Momento Exato
Na Enciclopédia Ilustrada de Pesquisa Conhecer
2000, São Paulo, Nova Cultural, 1995, fascículo 27, Estado e Sociedade, 3ª
parte, p. 106, fala-se em “momento exato”, o que basta para iniciarmos mais uma
investigação.
Sob a ótica de
Einstein, não havendo simultaneidade não pode existir momento exato nenhum.
Mesmo o modelo tendo colocado que, ao contrário, a simultaneidade é o horizonte
espaçotemporal comum de troca de info-controle ou comunicação, o ANÚNCIO DA
SIMULTANEIDADE é apenas teórico. O momento exato existe mesmo, mas não é útil
anunciá-lo.
Veja que Stephen
Hawking descobriu a propriedade métrica do universo, a que atribuí a sigla PMU,
lá por 10-35 m enquanto espaço, portanto, algo da ordem de 10-44
s enquanto tempo. TODAS as trocas se dão nesse horizonte. A cada fração dessas
o universo Uo onde estamos pulsa, o coração d’O Mundo bate infinitesimalmente.
Podemos FALAR, de fato, desse momento exato, o máximo em exatidão, mas não
podemos alcançá-lo, porque a cada segundo nosso, que é o tempo (mais ou menos)
de uma batida de coração ou o de um piscar de olhos, há coisa de
1.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000 de batidas do
coração do universo. Qualquer fala nossa já comporta entre uma e outra palavra
um buraco intransponível desses. NÃO PODEMOS, NÃO PODEREMOS identificar nunca
qualquer momento exato. Podemos medir, sem instrumentos, o segundo, o minuto, a
hora, o dia, a semana, o mês, o ano, o decênio e o resto para cima, mas não
para baixo, e mesmo com os instrumentos mais apurados não iremos mais longe que
10-12 s, uma distância incrível da capacidade do
universo.
Falar de momento
exato é abusivo. E é ainda mais ilegítimo falar, como a imprensa faz, em EXATO
MOMENTO, porque se na primeira locução é frisado o momento, nesta forma é
ressaltada a exatidão, o que vem a ser ainda pior.
Vitória,
sexta-feira, 14 de março de 2003.
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