Michener e o ES
James Michener
escreveu vários livros (A Corrida para
as Estrelas, A Baía de Cheasapeake, Ibéria, As Fontes de Israel, A Aliança, A
Saga do Colorado, Havaí, Texas, que tenho, e Os Rebeldes e certamente outros, que não tenho), com a particularidade
muito interessante de ir até os primórdios mesmo, até a geologia, a
paleontologia, a arqueologia, a antropologia do espaçotempo local e daí às
fontes geo-histórias. A Saga do Colorado,
naturalmente fala daquele estado; As
Fontes de Israel vão até muito antes de os hebreus terem se estabelecido
por lá, desde antes de Harappa, Mohenjo Daro e Jericó; A Corrida para as Estrelas conta a disputa entre os EUA e a ex-URSS,
com os astronautas dos primeiros e os cosmonautas da segunda (servindo de
títeres da propaganda); A Aliança
conta a geo-história da África do Sul; A
Baía de Cheasapeake fala da GH da costa leste do EUA; Havaí é uma saga espantosa; Texas
vem lá de trás, quando os continentes estavam se formando.
Ele falou de países
e estados que considerava interessantes, não iria abordar o Espírito Santo, de
que provavelmente nunca ouviu falar, naqueles tempos (li e reli depois de três
décadas, condensado em Readers Digest, um livro seu, formidável, que se passa
em 1942, Lendas do Pacífico Sul, no
inglês, mas que foi publicado em 1947, soube pela Britannica eletrônica – viveu
entre 1907 e 1997, 90 anos entre datas).
Bom, mas a nós
interessa que alguém se disponha a tal, a pesquisar a sequência geológica
(estudo físico-químico do ES), paleontológica (dos seres antigos do ES),
arqueológica (dos objetos indígenas no ES), antropológica (dos próprios índios
e da chegada dos europeus, desde 1500 com Cabral, e antes disso nas outras
visitas) e geo-histórica, que é recente, dos menos de 500 anos do estado (o fidalgo
Vasco Fernandes Coutinho aportou em terras da capitania em 1553), a completar
em mais 50 anos.
Seria
verdadeiramente fincar as bases da ocupação indígenas e estrangeira no Espírito
Santo, aproveitando para contar mais contemporaneamente a distribuição da
riqueza e do poder aos indivíduos, às famílias, aos grupos e às empresas
dominantes, dentro do espírito de Weber.
Para caminhar ao
futuro devemos conhecer amplamente o passado, de forma a sabermos o que nos
tolhe e o que ajuda.
Vitória, domingo, 23
de março de 2003.
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