quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017


Michener e o ES

 

                            James Michener escreveu vários livros (A Corrida para as Estrelas, A Baía de Cheasapeake, Ibéria, As Fontes de Israel, A Aliança, A Saga do Colorado, Havaí, Texas, que tenho, e Os Rebeldes e certamente outros, que não tenho), com a particularidade muito interessante de ir até os primórdios mesmo, até a geologia, a paleontologia, a arqueologia, a antropologia do espaçotempo local e daí às fontes geo-histórias. A Saga do Colorado, naturalmente fala daquele estado; As Fontes de Israel vão até muito antes de os hebreus terem se estabelecido por lá, desde antes de Harappa, Mohenjo Daro e Jericó; A Corrida para as Estrelas conta a disputa entre os EUA e a ex-URSS, com os astronautas dos primeiros e os cosmonautas da segunda (servindo de títeres da propaganda); A Aliança conta a geo-história da África do Sul; A Baía de Cheasapeake fala da GH da costa leste do EUA; Havaí é uma saga espantosa; Texas vem lá de trás, quando os continentes estavam se formando.

                            Ele falou de países e estados que considerava interessantes, não iria abordar o Espírito Santo, de que provavelmente nunca ouviu falar, naqueles tempos (li e reli depois de três décadas, condensado em Readers Digest, um livro seu, formidável, que se passa em 1942, Lendas do Pacífico Sul, no inglês, mas que foi publicado em 1947, soube pela Britannica eletrônica – viveu entre 1907 e 1997, 90 anos entre datas).

                            Bom, mas a nós interessa que alguém se disponha a tal, a pesquisar a sequência geológica (estudo físico-químico do ES), paleontológica (dos seres antigos do ES), arqueológica (dos objetos indígenas no ES), antropológica (dos próprios índios e da chegada dos europeus, desde 1500 com Cabral, e antes disso nas outras visitas) e geo-histórica, que é recente, dos menos de 500 anos do estado (o fidalgo Vasco Fernandes Coutinho aportou em terras da capitania em 1553), a completar em mais 50 anos.

                            Seria verdadeiramente fincar as bases da ocupação indígenas e estrangeira no Espírito Santo, aproveitando para contar mais contemporaneamente a distribuição da riqueza e do poder aos indivíduos, às famílias, aos grupos e às empresas dominantes, dentro do espírito de Weber.

                            Para caminhar ao futuro devemos conhecer amplamente o passado, de forma a sabermos o que nos tolhe e o que ajuda.

                            Vitória, domingo, 23 de março de 2003.

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