Menino Mágico
Ao contrário do
espalhafatoso Harry Potter, algo muito mais leve e sutil, mostrando um garoto
que depara com poderes desde cedo e vai mudando a realidade, estando colocado
no vértice de um cone, as conseqüências espalhando-se à sua volta. Um ato dele
desencadeia uma quantidade enorme de mudanças – nada é impune. Ele procura um
amigo, que está modificado porque o pequeno mago fez tal ou qual ato de magia.
Evidentemente o que
parecia uma benção logo parece uma armadilha, um castigo inominável, pois pai e
mãe, irmãos e irmãs, primos e primas, amigos, parentes, lugares, todos sofrem
modificações. Daí ele deve ter um duplo aprendizado, que é muito mais penoso.
Isso mostraria que as capacidades mágicas, supostamente muito boas, e todo
poder, na realidade implicam transformações tanto boas quanto ruins. A muito
custo é que ele aprende a dominar suas ânsias e só com o envelhecimento vai ter
completo controle das alterações.
Daí, como a
feiticeira descrita em A Bruxa,
neste Livro 24, deve estudar, adolescer, casar, ter filhos, pagar as
prestações, ter decepções, viajar – mas, no meio disso tudo, aprender a fazer
mágicas reais, começando com pequeninas coisas, manipulando os objetos,
estudando-os sob outra ótica, vendo do interior, com bonitos efeitos especiais.
Pode fazer alguma caridade, pode ficar furioso e destrutivo, pode assumir-se o
Rei do Mundo, com trágicas conseqüências. Sofre tremendamente com a humildade
necessária e suas escolhas, encolhe-se de medo, imagina-se traído quando não o
foi, usa feitiços para forçar o amor das mulheres antes de reconhecer como se
aproximar, suprime a liberdade das pessoas, satisfaz-se com sua inocência.
Há muitas
oportunidades a investigar, rendendo uma seqüência poderosa e forte.
Vitória,
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2003.
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