Livre Arbítrio
Já mostrei que o
livre arbítrio só pode ser metade, o resto sendo necessidade. Só para Deus, do
par polar oposto/complementar natureza/Deus, Ela/Ele, ELI, a liberdade pode ser
total, pois se houver um só opositor (agente ou objeto) ela não será total,
pela lógica. Portanto, para começar, só Deus pode ser TOTALMENTE LIVRE. Aos
seres humanos e a quaisquer racionais cabem no máximo 50 % de liberdade, quando
ela não é retirada percentualmente pelos ditadores e acólitos, assistentes da
tirania.
Deus, que deu, pode
tirar, mas não tira.
Seres humanos, que
não deram, vão por vezes tirar.
Diz o Houaiss
eletrônico que arbítrio é “decisão apenas da vontade”, “domínio ou poder
absoluto”. Não faz sentido dizer “livre poder absoluto”, porque o termo
absoluto já quer dizer total, que não depende de outrem, independente,
não-dependente. Só onde o arbítrio natural, concedido por Deus, foi retirado é
que se precisa frisar, juntando à liberdade a totalidade: “totalmente livre
mesmo, de verdade, absoluta e completamente”. Onde o arbítrio seja da natureza
do racional não precisamos reafirmar.
Ora, nem o ser
humano nem qualquer racional pode ter arbítrio real, que é somente do Criador;
têm, no máximo, meio-arbítrio, pois o outro lado é necessidade, as condições de
contorno, a limitação que conduz, o balizamento. A questão é esta: por que o
ser humano renuncia a essa metade de arbítrio? Não é curioso, isso? Que é que
no passado tornou válido como meio de sobrevivência a renúncia à liberdade?
Vitória, quarta-feira,
19 de março de 2003.
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