terça-feira, 7 de fevereiro de 2017


Livre Arbítrio

 

                            Já mostrei que o livre arbítrio só pode ser metade, o resto sendo necessidade. Só para Deus, do par polar oposto/complementar natureza/Deus, Ela/Ele, ELI, a liberdade pode ser total, pois se houver um só opositor (agente ou objeto) ela não será total, pela lógica. Portanto, para começar, só Deus pode ser TOTALMENTE LIVRE. Aos seres humanos e a quaisquer racionais cabem no máximo 50 % de liberdade, quando ela não é retirada percentualmente pelos ditadores e acólitos, assistentes da tirania.

                            Deus, que deu, pode tirar, mas não tira.

                            Seres humanos, que não deram, vão por vezes tirar.

                            Diz o Houaiss eletrônico que arbítrio é “decisão apenas da vontade”, “domínio ou poder absoluto”. Não faz sentido dizer “livre poder absoluto”, porque o termo absoluto já quer dizer total, que não depende de outrem, independente, não-dependente. Só onde o arbítrio natural, concedido por Deus, foi retirado é que se precisa frisar, juntando à liberdade a totalidade: “totalmente livre mesmo, de verdade, absoluta e completamente”. Onde o arbítrio seja da natureza do racional não precisamos reafirmar.

                            Ora, nem o ser humano nem qualquer racional pode ter arbítrio real, que é somente do Criador; têm, no máximo, meio-arbítrio, pois o outro lado é necessidade, as condições de contorno, a limitação que conduz, o balizamento. A questão é esta: por que o ser humano renuncia a essa metade de arbítrio? Não é curioso, isso? Que é que no passado tornou válido como meio de sobrevivência a renúncia à liberdade?

                            Vitória, quarta-feira, 19 de março de 2003.

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