domingo, 12 de fevereiro de 2017


Ilíada, Odisséia e Eneida Especiais

 

                            É sabido, Stephen Spielberg, George Lucas e outros já o disseram, os filmes fazem sucesso quando reinterpretam as lendas, os mistérios, os mitos.

                            É fácil entender.

                             Com no caso do Homem Aranha, em relação ao qual quatro décadas de revistas em quadrinhos prepararam o terreno para o sucesso imediato que foi o lançamento do filme, milhões tinham tido tempo de ler as revistas e tinham sido inconscientemente preparados para o advento do filme, sentindo permanentemente, por gerações a fio, uma necessidade não satisfeita. Um funil lógico.

                            Do mesmo modo, mas ainda melhor e de forma muito mais ampla, com os depósitos culturais, pois neste caso é uma necessidade plantada por milhares de anos. É até interessante raciocinar porque ninguém pensou nisso antes. Principalmente com os mitos sancionados pelas religiões vigentes, isto é, que não tenham sido escorraçados por elas, ou que não lhes façam sombra. Mitos muito recentes vão ser castigados, mas os mais antigos passarão facilmente, particularmente aqueles do fundo civilizatório comum do Ocidente, que é a maioria que compra ingressos, mas também do Oriente, da África, pelo saudosismo dos avós, do Oriente Médio, donde vem o ramo judaico de nossa cultura, da América pré-colombiana, pela proximidade nossa.

                            É um repositório extraordinário, fantástico mesmo, à espera de utilização ou reutilização. Quem usar, transformando em coisa legível, terá com certeza sucesso absoluto, total. Podem ser lendas da Amazônia, de qualquer lugar, desde que tenham aquela grandiosidade que os mitos comportam, aquela estatura irrestrita.

                            Assim sendo, nada melhor que abordar a Ilíada (que trata da Queda de Ílion, como chamavam os de dentro, ou Tróia, como diziam os de fora, lá por 1,3 mil antes de Cristo) e a Odisséia, ambas de Homero, poeta épico grego, cerca de 850 a.C., e a Eneida (que trata da fuga e Enéas e da pré-formação dos romanos), de Virgílio, poeta épico latino, 70 a 19 a.C., 51 anos entre datas, transformando-as em sagas espaciais.

                            Com relação a Tróia, em vez do cerco de uma cidade pode ser de um planeta distante, de onde sairiam algumas naves para fundar a civilização humana (= ROMANA, na Rede Cognata) na Terra, começando pela guerra e terminando em nosso planeta, passando por inúmeros percalços, o que pode gerar no mínimo três filmes portentosos, na mão de gente competente.

                            Vitória, sábado, 19 de abril de 2003.

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