Igualdade e Chave da
Igualdade
O Livro das Idéias, Rio de Janeiro, Campus, 2000, de Chris Rohmann,
diz na p. 210/1:
“Embora os gregos da
antiguidade tenham formulado o conceito em termos que persistem até hoje, tanto
eles quanto os ideais igualitários posteriores perdoaram incoerências
inaceitáveis para o pensamento moderno. Atenas gabava-se da igualdade de
oportunidades para todos os cidadãos, mas não incluía as mulheres entre eles e
incentivava a escravidão. O cristianismo medieval considerava todos os seres
humanos iguais aos olhos de Deus, mas apoiava as monarquias absolutas no topo
de um sistema de classes rigidamente hierárquico. O contrato social de Hobbes
presumia a necessidade de poder autoritário para garantir proteção igualitária
contra as depredações praticadas por outros; e o de Rousseau não tolerava
divergência individual da ‘vontade geral’.
“Grande parte do
debate acerca do significado e da finalidade da igualdade provém de duas
definições antônimas: igualdade de oportunidades
para indivíduos versus igualdade de distribuição dos recursos por toda a
sociedade. A igualdade social existe na igualdade de oportunidades para
conquistar poderes e riquezas desiguais, ou em condições nas quais ninguém
possua mais poderes e riquezas que os demais? ”
AS SUCESSIVAS IGUALDADES
·
A
de Atenas excluía as mulheres e os escravos;
·
A
do cristianismo medieval apoiava as monarquias, tolerava a servidão e aceitava
a escravidão;
·
A
de Hobbes sugeria o poder autoritário;
·
A
dos EUA mais antigo não permitia votos de mulheres e excluía os negros, a dos
EUA contemporâneo inclui mulheres e negros, mas trata mal chicanos e latinos em
geral, além de atirar nos árabes da oposição.
Enfim, estamos sempre hipocritamente
detratando as desigualdades DOS OUTROS, porque os outros são perversos, como
todos sabemos.
Não existem DUAS IGUALDADES, que se
pudessem opor; elas são uma e a mesma. A igualdade de oportunidades dá as
mesmas vantagens aos desiguais, razão pela qual os mais dotados se adiantam. A
plena distribuição mataria as iniciativas.
A solução está na citação de Will
Rogers, num quadro do mesmo livro, página 211: “O Senhor criou a todos de modo
que, seja qual for a nossa cor, PRECISAMOS DA MESMA QUANTIDADE DE NUTRIÇÃO”,
maiúsculas minhas.
Por nutrição não devemos entender unicamente
a do corpo e sim a do corpomente, do todo o indivíduo, seu corpo e sua mente, e
de todas as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e AMBIENTES
(municípios/cidades, estados, nações e mundos). Completa nutrição. Não só para
americanos, para homens, para adultos, para ricos, para brancos, para sulistas,
não senhor, nutrição total, sem qualquer distinção. Evidentemente uns precisam
comer mais de umas coisas, outros de outras, conforme a pregação da igualdade
assimétrica pelo modelo.
Devemos pensar em quais são as
necessidades de cada um. Evidentemente, mediadas pela seletividade coletiva,
isto é, a reciprocidade, porque não é possível atribuir a quem não trabalha
qualquer gênero de dádiva. Não se pense que as crianças não trabalham – elas o
fazem estudando e se criando.
Vitória, sexta-feira, 16 de maio de
2003.
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