sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017


Igualdade e Chave da Igualdade

 

                            O Livro das Idéias, Rio de Janeiro, Campus, 2000, de Chris Rohmann, diz na p. 210/1:

                            “Embora os gregos da antiguidade tenham formulado o conceito em termos que persistem até hoje, tanto eles quanto os ideais igualitários posteriores perdoaram incoerências inaceitáveis para o pensamento moderno. Atenas gabava-se da igualdade de oportunidades para todos os cidadãos, mas não incluía as mulheres entre eles e incentivava a escravidão. O cristianismo medieval considerava todos os seres humanos iguais aos olhos de Deus, mas apoiava as monarquias absolutas no topo de um sistema de classes rigidamente hierárquico. O contrato social de Hobbes presumia a necessidade de poder autoritário para garantir proteção igualitária contra as depredações praticadas por outros; e o de Rousseau não tolerava divergência individual da ‘vontade geral’.

                            “Grande parte do debate acerca do significado e da finalidade da igualdade provém de duas definições antônimas: igualdade de oportunidades para indivíduos versus igualdade de distribuição dos recursos por toda a sociedade. A igualdade social existe na igualdade de oportunidades para conquistar poderes e riquezas desiguais, ou em condições nas quais ninguém possua mais poderes e riquezas que os demais? ”

                            AS SUCESSIVAS IGUALDADES

·        A de Atenas excluía as mulheres e os escravos;

·        A do cristianismo medieval apoiava as monarquias, tolerava a servidão e aceitava a escravidão;

·        A de Hobbes sugeria o poder autoritário;

·        A dos EUA mais antigo não permitia votos de mulheres e excluía os negros, a dos EUA contemporâneo inclui mulheres e negros, mas trata mal chicanos e latinos em geral, além de atirar nos árabes da oposição.

Enfim, estamos sempre hipocritamente detratando as desigualdades DOS OUTROS, porque os outros são perversos, como todos sabemos.

Não existem DUAS IGUALDADES, que se pudessem opor; elas são uma e a mesma. A igualdade de oportunidades dá as mesmas vantagens aos desiguais, razão pela qual os mais dotados se adiantam. A plena distribuição mataria as iniciativas.

A solução está na citação de Will Rogers, num quadro do mesmo livro, página 211: “O Senhor criou a todos de modo que, seja qual for a nossa cor, PRECISAMOS DA MESMA QUANTIDADE DE NUTRIÇÃO”, maiúsculas minhas.

Por nutrição não devemos entender unicamente a do corpo e sim a do corpomente, do todo o indivíduo, seu corpo e sua mente, e de todas as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundos). Completa nutrição. Não só para americanos, para homens, para adultos, para ricos, para brancos, para sulistas, não senhor, nutrição total, sem qualquer distinção. Evidentemente uns precisam comer mais de umas coisas, outros de outras, conforme a pregação da igualdade assimétrica pelo modelo.

Devemos pensar em quais são as necessidades de cada um. Evidentemente, mediadas pela seletividade coletiva, isto é, a reciprocidade, porque não é possível atribuir a quem não trabalha qualquer gênero de dádiva. Não se pense que as crianças não trabalham – elas o fazem estudando e se criando.

Vitória, sexta-feira, 16 de maio de 2003.

Nenhum comentário:

Postar um comentário