Filmando os Clássicos
Hindus
A Barsa eletrônica
nos diz que o Ramayana (Gesta de
Rama) foi escrito por volta de 300 a.C. e fala em 24 mil dísticos, em sete
livros, da vida de Rama, sétima encarnação de Vishnu. O Mahabharata (Grande – guerra dos – Bharata; fala da tremenda
disputa entre os Bharata), composto por volta de 400 a.C., tem 300 mil versos,
sendo o Baghavad–Gita (Canção do
Senhor) uma seção sua. Dessa seção um filme ocidental foi feito, muito belo,
mas incompleto em seu apelo e sua descrição de uma batalha épica e divina em
suas proporções.
Para comparação Os Lusíadas, obra de Luís Vaz de Camões
(português 1524/5 a 1580, 56/55 anos entre datas), que embasa a criação de
Portugal através de uma epopéia de fundo propiciatório divino, tem 8.816 versos
em 10 cantos.
Comparativamente
temos R = 2,72. L e M = 22,69.L.
Nada disso vem à
tona, nem pelas mãos dos ocidentais, nem pelas mãos dos orientais, sequer pelas
dos próprios hindus, que fazem hoje milhares de filmes por ano – mas não dão
atenção ao embasamento lendário de sua coletividade. Não é tão triste, isso?
Em compensação fazem
milhares de filmes porqueiras no mundo inteiro, com gasto de bilhões de
dólares, para chateação eterna da humanidade. Lá está um dos melhores roteiros
de todos os tempos, no total com 225 mil versos; se forem explorados na base de
cinco mil versos por filmes podem ser feitos 45. Fonte inesgotável, fora as
lendas dos demais países, que não conhecemos de perto. Podemos passar 50 anos
fazendo filmes, sem nunca pararmos de nos divertir, introduzindo recursos
sempre mais complexos e perfeitos. No entanto, somos submetidos a essas
chatices inqualificáveis. É fundamental constituir um consórcio oriental, agora
que os países de lá dispõe de grandes recursos (aplicados, todavia, na emulação
do Ocidente).
Somos obrigados a
assistirmos terrificados a essas superficialidades americanas e européias (mas
há coisas excepcionalmente boas, a crítica só vai aos coisas ruins), quando
poderíamos obter variedade ilimitada continuamente expressa de um lado
desconhecido e cheio de maravilhas. Poderíamos ver uma interpretação integral
do fundo geo-histórico e mitológico do mundo inteiro e não só da Europa e dos
EUA.
Toda a humanidade,
até a européia e a americana está esperando por isso, praza Deus façam logo.
Vitória, domingo, 02
de março de 2003.
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