sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017


Filmando os Clássicos Hindus

 

                            A Barsa eletrônica nos diz que o Ramayana (Gesta de Rama) foi escrito por volta de 300 a.C. e fala em 24 mil dísticos, em sete livros, da vida de Rama, sétima encarnação de Vishnu. O Mahabharata (Grande – guerra dos – Bharata; fala da tremenda disputa entre os Bharata), composto por volta de 400 a.C., tem 300 mil versos, sendo o Baghavad–Gita (Canção do Senhor) uma seção sua. Dessa seção um filme ocidental foi feito, muito belo, mas incompleto em seu apelo e sua descrição de uma batalha épica e divina em suas proporções.

                            Para comparação Os Lusíadas, obra de Luís Vaz de Camões (português 1524/5 a 1580, 56/55 anos entre datas), que embasa a criação de Portugal através de uma epopéia de fundo propiciatório divino, tem 8.816 versos em 10 cantos.

                            Comparativamente temos R = 2,72. L e M = 22,69.L.

                            Nada disso vem à tona, nem pelas mãos dos ocidentais, nem pelas mãos dos orientais, sequer pelas dos próprios hindus, que fazem hoje milhares de filmes por ano – mas não dão atenção ao embasamento lendário de sua coletividade. Não é tão triste, isso?

                            Em compensação fazem milhares de filmes porqueiras no mundo inteiro, com gasto de bilhões de dólares, para chateação eterna da humanidade. Lá está um dos melhores roteiros de todos os tempos, no total com 225 mil versos; se forem explorados na base de cinco mil versos por filmes podem ser feitos 45. Fonte inesgotável, fora as lendas dos demais países, que não conhecemos de perto. Podemos passar 50 anos fazendo filmes, sem nunca pararmos de nos divertir, introduzindo recursos sempre mais complexos e perfeitos. No entanto, somos submetidos a essas chatices inqualificáveis. É fundamental constituir um consórcio oriental, agora que os países de lá dispõe de grandes recursos (aplicados, todavia, na emulação do Ocidente).

                            Somos obrigados a assistirmos terrificados a essas superficialidades americanas e européias (mas há coisas excepcionalmente boas, a crítica só vai aos coisas ruins), quando poderíamos obter variedade ilimitada continuamente expressa de um lado desconhecido e cheio de maravilhas. Poderíamos ver uma interpretação integral do fundo geo-histórico e mitológico do mundo inteiro e não só da Europa e dos EUA.

                            Toda a humanidade, até a européia e a americana está esperando por isso, praza Deus façam logo.

                            Vitória, domingo, 02 de março de 2003.

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