Falta Tempo
De 30 de março a 22
de setembro de 2002 anotei estes temas que vão em anexo, mas deles pude
desenvolver poucos, mesmo com a profusão, abundância, verdadeiro jorro que sai
de mim. Não se trata de propaganda, só constatação, pois o julgamento sempre
vem de fora para dentro, de um jeito ou de outro.
É apenas
oportunidade para chamar atenção para quanto mais poderíamos fazer se nos
dedicássemos mais. Eu, você, todos nós. Claro, a gente se deixa cair nas
desculpas, principalmente alegando falta de tempo. Qual a chance disso que
escrevemos ter serventia? Em que medida terá utilidade? Será que alguém lerá?
Pouco importa, o fundamental é falar, na expectativa de que sirva a alguém,
qualquer um, pelo menos um.
Evidentemente os
dias humanos têm 16 e não 24 horas de vigília, menos o tempo para cuidados
pessoais, descanso, alimentação, sexo, companheirismo, cuidado dos filhos e
filhas, participação social, conversação, estudos e o resto todo. Há as quatro
ou cinco mil doenças genéticas das pessoas ou seus parentes ou conhecidos, mil
modos de “gastar” o tempo, alternativas à sua aplicação na escrita.
Como é que alguém
irá empregar seu tempo reduzido em leitura de coisas que, o mais das vezes, são
superficiais, repetitivas, supérfluas ou francamente inúteis?
Bom, há uma razão muito boa para
escrever. Os novos-seres mais-que-psicológicos estão para nascer, estando nós como
estamos na interface entre a Psicologia/p.3 e a Informática/p.4. Com o tempo de
reação dos computadores multiplicado por milhão, bilhão, trilhão, sobrará
processamento PARA TUDO, inclusive para esmiuçar os escritos todos da
humanidade, até aqueles menos coerentes, em busca de percepções válidas. Os
novos-seres darão saltos formidáveis, com uma velocidade estonteante,
aprendendo a um ritmo impensável hoje.
Assim, não estamos
realmente escrevendo para as mentes humanas, que são limitadas em compreensão,
em velocidade de processamento, em atenção, em capacidade de aplicação:
escrevemos para o futuro, para aquele tempo em que os novos-seres nos lerão.
Vitória,
quarta-feira, 12 de março de 2003.
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