quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017


Espectro de Percepção

 

                            O que significa isso, precisamente, fica um pouco mais difícil de determinar no modelo que no conhecimento anterior. Eis o Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, filosofia/ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral, nele a pontescada tecnocientífica, nela a fração da pontescada científica (Física/Química, Biologia/p.2, Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5, Dialógica/p.6).

                            Vejamos a micropirâmide (patamar físico-químico: campartícula fundamental, subcampartículas, átomos, moléculas; patamar biológico/p.2: replicadores, células, órgãos, corpomentes) e a mesopirâmide (patamar psicológico/p.3, PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos, empresas; patamar informacional/p.4, ainda não aparecido, enquanto seres-novos com essa dimensão FUNCIONAL, de AMBIENTES: municípios/cidades, estados, nações e mundo).

                            Veja que ao corpo correspondem os sentidos externos (visão, audição, paladar, olfato, tato) e à mente os sentidos internos ou interpretadores, portanto, ao corpomente ou indivíduo os sentidinterpretadores externinternos. Se há um S/I E/I da visão no corpomente humano, que VÊ, com tudo que isso implica, há-o também nas pessoas seguintes (família, grupo, empresa), baseado naquele dos indivíduos constitutivos. Uma família vê mais que seus membros; grupos mais que as famílias características; empresas mais que os grupos dela. Que dizer dos ambientes?

                            Veja que a largura, a profundidade, a altura da visão municipal/urbana é incomparavelmente mais larga, profunda, alta que a das pessoas dentro do município/cidade. Numa cidade como São Paulo são dezoito milhões de indivíduos e outro tanto de visões presentes, sem falar no passado, de que se guarda memória, e do futuro que virá – os indivíduos não vêem simultânea ou seqüencialmente mais que uma fração ridícula do todo da visão da cidade de São Paulo.

                            Há que contar também, como eu já disse, que teremos para a visão, mesmo no indivíduo, um espectro que estatisticamente podemos classificar como indo de um a cem (1 a 100), em geral a maioria da gente estando em torno da média. A composição visão x audição x paladar x olfato x tato poderia ir de (1)5 = 1 a (100)5 = 1010, as chances sendo praticamente nulas de algum ser humano estar num ou noutro extremo.

                            Observe que telescópios (ver longe), microscópios (ver dentro), computadores (supermemórias e grande rapidez de processamento), carros (rodar ligeiro), navios (viajar sobre a água) e tudo mais que inventamos, como alguém já viu faz tempo, foi dilatação do ser humano.

                            O ser humano isolado está longe de ter qualquer utilidade hojaqui. O que existe, mesmo, é o super-humano, o coletivo de produção. Não mais aquele par fundamental sapiens sapiens de 200 mil anos atrás, o ADÃO Y e a EVA MITOCONDRIAL, mais ou menos do mesmo espaço e do mesmo tempo, cujos descendentes acabaram por reunir-se e fundir-se nisso que veio dar no HSS de 50 mil anos atrás, finalmente na civilização de 10 mil anos passados e em nós.

                            Dessa forma, houve uma expansão formidável, ainda não vasculhada em toda a sua potência, não explicitada em sua magnífica capacidade. Não fazemos idéia, sequer imperfeita, quanto mais completa, de toda a vastidão, nem da utilidade dos novos sentidinterpretadores externinternos da coletividade. Seria interessante investigar e demonstrar.

                            Vitória, terça-feira, 25 de março de 2003.

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