Dois Modos de Andar
No seriado
(detestável) O Toque de um Anjo, no
fim de cada episódio, atualmente, a anja-velha, o anjo e a anja caminham por
uma floresta, de costas, a anja trançando as pernas e o anjo andando reto.
Não se pode
construir uma teoria cientifica com um exemplo apenas, é o caso de pesquisar
continuamente, mas aqui vai a ponderação: as mulheres rebolam, os homens não.
Julga-se que isso seja “para lançar charme”, apelo sexual (sex appeal), chamado
feminino. Mas, por quê seria? Por quê balançar de um lado para o outro, colocar
trabalhosamente um pé e uma perna diante do outro e da outra equivaleria a um
convite? É certo que a bunda balança, o que atrai atenção, nisso é ressaltada,
e naquela região está a vagina, onde o homem deve penetrar para depositar
esperma (falando cruamente), em busca da gravidez e posteridade, que é o que a
Natureza quer a qualquer custo.
Entrementes, podemos
pensar que os homens devem ter um correr e um andar firmes, em busca da caça;
não faria muito sentido ter um andar cíclico, bamboleante, de mínima economia –
é muito mais útil caminhar reto, direto ao ponto, indo-se daquele onde está o
caçador àquele onde está a presa. Seria tremenda bobagem ficar oscilando de um
lado para ouro, de modo que o correr masculino é uma reta, e o andar também,
VAI DIRETO AO PONTO. Mas, se as mulheres eram coletoras, não faz muito sentido
caminhar reto, PORQUE não há pressa. Se o CÍRCULO DE COLETA é restrito (pois as
crianças na caverna estão com fome ou choram de dor ou há o perigo constante
dos predadores), para quê correr ou andar depressa ou ir em linha reta? Mais
sentido faria as mulheres desenvolverem camuflagem, que veio dar nas pinturas e
desenhos corporais gerais, nas técnicas de disfarces, para escapar dos
predadores, como resposta alternativa para a incapacidade de correr. Contudo,
sob pressão do perigo, elas devem necessariamente abandonar os disfarces e
correr com vontade. Isso pode ser pesquisado, desde quando os sinais de perigo
podem ser em testes postos no ambiente de corrida.
Está certo que o
andar feminino tenha por objetivo focalizar o olhar masculino, mas ele deve ter
também um fundo fisiológico, a que foi sobreposto o fundo psicológico, tudo
dependente da lógica subjacente.
Vitória, domingo, 23
de março de 2003.
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