O filme Robocop (em inglês Robô-policial ou
policial-robô) teve duas continuações, no total três filmes. Agora lançaram Robocop, a Ressurreição, que nem
apareceu nos cinemas brasileiros, só na TV, como série. Fora ter enfraquecido
sucessivamente, muito mais em termos de trama nesse quarto, tem falhas
notáveis.
Pense na realidade:
1. Os militares dispõem no Exército (e
muito mais nas Forças Armadas) de verbas incomparavelmente maiores que os
policiais todos juntos. As dotações para o Departamento de Defesa ultrapassam
sem medidas as da CIA (Central Intellicence Agency, Agência Central de
Inteligência, ou espionagem, em geral operando no exterior) e do FBI (Federal
Bureau Investigation, Escritório Federal de Investigação, interno, só opera nos
EUA), quanto mais das polícias estaduais e municipais/urbanas – os militares
não deixariam a Polícia geral ter um “pacificador” urbano antes deles mesmos.
Se as FA tivessem fatalmente seriam copiadas de dentro por organizações
terroristas;
2. SE TIVESSEM seriam inquestionavelmente
copiadas de fora, numa escalada acelerada, produzindo-se modelos cada vez mais
aperfeiçoados, criando-se uma onda de melhoramento exponencial, como se fez na
aviação, com os navios e submarinos, em tudo, em poucos anos, em trinta anos se
tornando irreconhecíveis os modelos mais velhos;
3. Se são ciborgues e andróides tão
poderosos o que os impedirá de suplantarem os seres humanos?
Em vista desses raciocínios e outros é
fácil ver que Robocop é apenas uma
sombra de filmes MUITO MAIS interessantes que investigassem essas alternativas
de exércitos de robôs, que depois se insurgiriam contra os seres humanos, como
é insinuado em O Exterminador do Futuro,
com Schwarzenegger, levando a desdobramentos, esses sim, formidáveis,
permitindo-nos abordar as questões humanas relativas ao crescimento
indiscriminado do conhecimento, ligadas àquelas de Frankenstein, da grande Mary
Shelley. Um formidável tema foi perdido, pois poderiam ter sugerido que o
policial-robô era aquele mesmo Frankenstein em outra roupagem. Enveredaram pelo
infindável tiroteio policial. É uma pena. Às vezes as pessoas quase tocam a
grandeza. Quase. Esse tiquinho que falta é justamente o que nos aborrece, pois
faltou audácia, imaginação, respeito pelo espectador, uma quantidade de sensibilidades
das quais o dinheiro que se tenha ganhado nunca será substituto razoável.
Vitória, segunda-feira, 03 de março de
2003.
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