domingo, 5 de fevereiro de 2017


Deus e os Doutores

 

                            O Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática), abre-se na pontescada tecnocientífica, a porção alta sendo a pontescada científica (Física/Química, Biologia/p.2, Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5, Dialógica/p.6).

                            Ora, por definição (e colocação pelo modelo num novo quadro) Deus é infinito, onisciente, onipotente, onipresente, etc., todas aquelas coisas. No modelo concluímos que Deus não pode deixar de existir, enquanto houver universo; havendo universo há Deus; melhor, Natureza/Deus, Ela/Ele, ELI. Se Deus é esse salto para o infinito, nada pode acompanhá-lo, de forma que todo conhecimento, por mais vasto que seja, é nada perante Deus, por definição e aceitação lógica.

                            Assim sendo, embora na vida as pessoas devam se empenhar, por definição todo estudo é apenas turvação da alma, ou, como disse Salomão (tirado da página 82, segundo Durant, citado neste Livro 25): “Eu, o Pregador, fui rei de Israel em Jerusalém. E dediquei-me a investigar e a sondar com sabedoria tudo o que é feito sob o céu: é a pior ocupação que Deus determinou que os filhos dos homens exercessem. Vi todas as obras que são feitas sob o sol e eis que tudo é vaidade e tormento do espírito (...) pois muita sabedoria é muito sofrimento, e quem aumenta o conhecimento aumenta a dor (Eclesiastes, 1:12-18) ”.

                            Evidentemente não se deve aconselhar o fim dos estudos, pelo contrário, eles não afastam de ELI, aproximam, porque por mais que se estude nunca é possível compreender senão uma porçãozinha minúscula do todo, e inferir dessa fração insignificante o completamento da Equação de Mundo, do Desenho da Criação, é pura presunção.

                            Como se disse, devemos nos manter na douta ignorância, que é o máximo a que se pode chegar. Salomão estava desiludido e os seres humanos não devem se deixar guiar pela desilusão. Contudo, o outro lado também é errado, imaginar que é possível o esgotamento – por mais que a humanidade viva.

                            Vitória, quinta-feira, 13 de março de 2003.

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