sábado, 4 de fevereiro de 2017


Briga de Bar

 

                            Sabe aquela coisa de briga de bar, quando um começa e outros que nem estavam associados ao olho do furacão vão sendo atingidos, a seguir mais, e depois todos estão na refrega? Pois bar = TERRA, na Rede Cognata, de modo que vamos analisar a Primeira Guerra Mundial, com dados da enciclopédia Conhecer Universal, São Paulo, Abril Cultural, tomo 13, p. 2606:

·        Apesar de cumprir todas as exigências da Áustria, menos uma, ela declarou guerra à Sérvia em 28 de julho de 1914;

·        Em 1º de agosto a Alemanha, aliada da Áustria, declarou guerra à Rússia;

·        Em 2 de agosto, com base em falsa notícia, a Alemanha declarou guerra à França;

·        No dia 6 o império Austro-Húngaro formalizou sua declaração de guerra à Rússia;

·        Como no dia 4 a Alemanha invadira a Belga, sendo ela protegida da Grã-Bretanha, esta entrou no conflito a 23 de agosto;

·        No dia seguinte o Japão, do outro lado do mundo e sem mais nada a fazer, declarou guerra à Alemanha;

·        A 29 de novembro a Turquia aliou-se ao império Austro-Húngaro;

·        Mais adiante, em 1915, o transatlântico Lusitânia foi torpedeado e afundou, fazendo os EUA entrarem na disputa em 1917;

·        A Itália, até então à parte da belicosidade geral, firmou um acordo secreto com o Reino Unido, oferecendo-se para declarar guerra ao império Austro-Húngaro, o que fez a 24 de maio de 1915.

Assim a coisa prosseguiu, é geo-história, vá ler.

Como começam os conflitos de bar?

Alguém sem querer pisa no calo de outrem, que dá um soco no suposto ofensor, erra, bate em outro e tudo vai caindo como um dominó.

Não foi ainda estudado o cenário geral das guerras e o papel destas como desobstrutoras dos canais de circulação de info-controle, até então travados com simbolismos capilares e obstrutores demais. Tudo estava congelado, empedrado, cristalizado, endurecido e a guerra vem como uma tesoura que rompe os antigos vínculos, estabelecendo outras ligações e dando novo ímpeto aos fluxos de info-controle ou comunicação, fundindo velhas memórias que estavam impossivelmente separadas no modo antigo. Os motivos mais fúteis são levantados para principiar os choques. Creio que isso merece investigação a fundo por parte da Academia. Que gêneros de trivialidades foram avocados para fazer jus geo-histórico a esses enfrentamentos que a razão não sustenta?

Porque, racionalmente, seria possível resolver. Então, o apelo não é à razão, é ao sentimento, ao brio, à dignidade, ao amor próprio, a todas essas coisas que depois podemos ver claramente ser irracionais enquanto artifícios para forçar a guerra generalizada.

Qual o motivo de a Natureza agir assim, de tempos em tempos? Quais os pretextos colocados por ela para promover essas “limpezas” de tempos em tempos, num ciclo que parece bem definido?

Vitória, segunda-feira, 10 de março de 2003.

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