Blasfemo Averróis
Abu Al-Walid
Muhammad Ibn Roshd (filho de Roshd), conhecido no Ocidente como Averróis,
nasceu em Córdoba, Espanha, em 1126, e morreu em 1198, 72 anos entre datas.
Sobre ter antecipado São Tomás de Aquino (italiano, 1225 a 1274, apenas 49 anos
entre datas, mas tremendamente importante, meio de vida em 1250, comparada com o
MD de Averróis em 1162, 1250 – 1162 apenas 88 anos entre ambos), orientado que
foi para os estudos de Aristóteles, como conclusão errada em sua vida
sustentava, segundo Conhecer XII (São Paulo, Abril, 1970), p. 3.056, que “as
teorias do islamismo eram para as pessoas simples e que não chocavam com as de
Aristóteles, segundo as quais a verdade e a perfeição só poderiam ser
encontradas pela razão. Os simples adotariam o Alcorão, e os inteligentes, as
teorias aristotélicas, sendo que as duas coisas, no fundo, eram uma só”. Ou o
contrário. Talvez o Alcorão seja para as pessoas sábias e o aristotelismo para
as pessoas simples.
Veja, supostamente
Deus está na Tela Final, donde vê tudo e tudo pode, depois de ter dado o salto
rumo ao não-finito, criando os mundos. Assim, SE o Alcorão provém mesmo de
Deus, através de Gabriel, então há nele razões não-finitas, do jogo não-finito,
que os racionais não podem entender, nem mesmo Aristóteles, nem mesmo Averróis,
pelo que, ao falar assim ele se tornou blasfemo, insultador da divindade. Foi
considerado herege, ateu, incrédulo, ímpio, e preso de 1195 a 1198 quando,
posto em liberdade, veio a falecer.
Fez algumas coisas
formidáveis, que comentarei à parte.
Eis como uma pessoa
pode ser tão sábia e ao mesmo tempo errada. É claro que há a chance de o
Alcorão não ter sido divinamente inspirado a Maomé, que apenas teria transcrito
o ditado do arcanjo, mas se é assim ou não nunca saberemos, porque os racionais
não podem atravessar o poço não-finito. Em todo caso foi imprudente, meramente
por poderem existir os outros 50 %.
Vitória,
segunda-feira, 28 de abril de 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário