As Virtudes dos
Adolescentes
Na página 15 do
livro já citado de Deonísio da Silva, ele diz:
“Tais origens
mesclaram-se na denominação de adolescência para o período de crescimento algo desordenado do
ser humano, compreendido entre os 12 e os 20 anos, quando ocorrem
transformações físicas, anatômicas, fisiológicas e psíquicas”, negrito e
colorido meus.
Nada há de
desordenado; há, isso sim, CRESCIMENTO ACELERADO, e é um dos períodos mais
bonitos da vida de cada um, que os pais e as mães, tentando conter em
torniquete ditatorial, imputam desagradável, e a Rita Lee em especial chamou de
“aborrescente”, mistura de aborrecido com adolescente. Não é, é o último grito
de liberdade do indivíduo, depois apascentado como uma cabrita presa nas garras
da coletividade, sendo sangrada do leite de sua produção.
É um milagre, só
equivalente à chegada do bebê à Língua geral, quando ele percebe a
formestrutura lingüística.
O adolescente, sobre
o influxo sexual, tem o corpomente re-programado totalmente, para tarefas muito
maiores; é como uma crisálida se trans-formando em borboleta, indo por
metamorfose muito além do estágio infantil, tornando-se in-dependente do ninho
e da família, da mãe e do pai. Deve ser uma carga tremenda, nunca
suficientemente analisada pelos psicólogos. Chega a ser até incompreensível.
Num momento é criança, no outro é adulto, e a mágica entre ambos os estágios
muito distintos nunca foi compreendida pelos estudiosos, sendo fase freqüentemente
achincalhada, chacoteada por parentes e por estranhos impiedosos, esquecidos de
suas próprias dificuldades de transição.
Tenho todo adolescente
como um herói, um vitorioso que sabe atravessar mares revoltos, perigosíssimos,
saindo relativamente ileso do outro lado.
Eles merecem
aplausos, todos os que são e todos os que foram um dia, quer dizer, todo ser
humano. Qual é a química dessa psicologia?
Vitória, terça-feira,
29 de abril de 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário