quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017


Acesso Infantil às Tecnartes

 

                            Vejo as pessoas falando da necessidade de dar às crianças acesso às artes, no caso do modelo às tecnartes, técnicas/artes.

                            Olhemos isso com os instrumentos do modelo.

                            As crianças vêm da chamada “tabula rasa”, o quadro vazio de memórias, onde só a inteligência está presente, estruturalmente posta. Como já vimos no artigo A Escada da Tabula Rasa, do Livro 23, na realidade estão presentes os elementos anteriores, desde os físicos e químicos até os biológicos e p.2, no caso do último par dos fungos, das plantas, dos animais, dos humanóides, de modo que não vem do zero, mesmo.

                            Mas ali está a criança, para efeitos humanos de aprendizado na seqüência da mesopirâmide (PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos, empresas; AMBIENTES: municípios/cidades, estados, nações e mundo), principiante posto do lado da Natureza F/Q e B/p.2, tudo natural e ao acaso, selvagem e bagunceiro, caótico, indisciplinado. No Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral a Arte é, com a Magia, os dois modos mais espontâneos, menos sem rebuscamento, e apesar disso fala-se de ENSINAR, o que necessariamente, nestes tempos pós-contemporâneos, significa superordem.

                            Temos Criança e Arte (em maiúsculas conjunto ou grupo ou família de), ambas irreverentes, rebeldes, descomedidas, obrigadas que estão agora a seguir trilhas bem estreitas de comportamento. Eu rio, eu gargalho, porque é contra-senso.

                            Então, que se construísse pelo menos uma grande arena onde livremente artistas e crianças entrassem em contato uns com outras, do modo mais instintivo possível, com brincadeiras, chistes, gozações, encontro trocista mesmo - na trilha da bandalheira. De outra forma não vai sair boa Arte – o que continuaremos a ver serão aqueles traços bobocas que os pais gostam de guardar por um tempo e depois mofam em qualquer canto, nem as ex-crianças querendo mais vê-los.

                            Vitória, quarta-feira, 26 de fevereiro de 2003.

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