quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017


A Voz da Mulher

 

                            Como eu já disse, a Voz da Mulher no modelo da caverna deve ser deve ter uma capacidade operativa (no sentido de operar mesmo, de fazer obra, de induzir movimentos dos agentes) diferente da Fala do Homem, pois na Rede Cognata temos voz = MULHER = MANSA e fala = HOMEM (se F = S).

                            Devemos ver o CENÁRIO PSICOLÓGICO (figuras ou psicanálises, objetivos ou psico-sínteses, produções ou economias, organizações ou sociologias, espaçotempos ou geo-histórias) nas proximidades da caverna, onde ficariam as mulheres e as crianças coletoras (os garotos até a idade de transição, lá pelos 13 anos, através dos ritos de passagem migrando da Língua Feminina para a Língua Masculina), por oposição às distâncias atingidas pelos homens caçadores em busca de proteínas animais. Se isso for verdade, devemos esperar que até os 13 anos os meninos tenham propensão para coletores, ao passo que depois disso se tornarão agressivos e matadores, destruidores, ao passo que as meninas não, exceto por imitação e para agradar. Isso quereria dizer que mulheres em quadrilhas não estão agindo por iniciativa própria, senão sendo mandadas por seus homens, por exclusiva repetição, menos as pseudofêmeas que, essas, sim, iriam por natureza. Ora, quando os meninos se tornam homens, devem adquirir uma entonação de fala, mudança da voz, que se torne impositiva, governante do todo da coletividade. Não é um mero engrossar, deve ser uma sobreposição vocal. Então suas falas se sobrepõe às vozes das mulheres.

                            Até então, as mulheres devem controlar um coletivo alimentar e funcional bastante grande, a Voz se prestando a essas necessidades. Meninas devem ter vozes menos potentes, velhas devem perder a capacidade de vocalização feminina, mulheres maduras estão no auge do poder orientador e persuasivo, assumindo a direção, com uma fêmea-alfa. O quê na parte feminina do Dicionário serve de palavra de alerta perante o inimigo, o quê de condução firme, o quê disso e daquilo? Entonações diferentes nos mesmos adjetivos e substantivos, modificações sutis, alongamentos ou encurtamentos da pronúncia, são pesquisas muitíssimo interessantes. A Psicologia, tal como ela existe agoraqui, é plenamente insuficiente, pois não se propôs a qualificação e a quantificação ou métrica dessas emissões distintíssimas, no meu modo de ver. Como voz = MULHER = RAZÃO, devemos rever que a mulher tem relativamente bastante tempo para pensar, não devendo concentrar-se na trilhas e perseguições de caça. É um jeito todo seu de ver. Penso que quase todo o conhecimento e quase toda acumulação primitiva veio realmente das mulheres.

                            É a dialética: o poder inicial é negado enquanto tese pela antítese, que é o Homem (em maiúscula conjunto ou grupo ou família de homens, todo o coletivo masculino), depois se chegando à máxima degradação e rebaixamento da dominante anterior. A Mulher foi o poder inicial.

                            Como essa Voz operava? Que Psicologia da Voz podemos esperar? Evidentemente isso é muito importante para a Economia (Agropecuária-Extrativismo, Indústrias, Comércio, Serviços e Bancos) toda, pelo que se poderia prever – o que é um tremendo poder sobre elas, diga-se de passagem.

                            Vitória, sábado, 22 de fevereiro de 2003.

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