Abertura de
Constantinopla e de Alexandria
Também do Singh, p.
64/5: “Até mesmo os viajantes que chegavam em Alexandria não escapavam do
apetite voraz da Biblioteca. Quando chegavam na cidade, seus livros eram
confiscados e levados para os escribas. Os livros eram copiados de modo que,
enquanto o original ia para o acervo da biblioteca, uma duplicata era dada ao
dono. Esse meticuloso serviço de duplicação para viajantes dá aos historiadores
de hoje a esperança de que algum grande texto perdido vá aparecer um dia em
algum lugar do mundo, no sótão de uma casa. Em 1906, J. L. Heilberg descobriu
um manuscrito assim em Constantinopla. Tratava-se de O método, volume contendo alguns dos escritos originais de
Arquimedes”.
Os livros da
Biblioteca foram queimados acidentalmente em 47 a.C., quando Júlio César atacou
Cleópatra e o Egito. Foi queimada
novamente pelos bispos cristãos e finalmente em 642, “quando lhe perguntaram o que devia ser feito
com a biblioteca, o califa Omar, vitorioso, declarou que os livros que fossem
contrários ao Corão deveriam ser destruídos. E os livros que apoiassem o Corão
seriam supérfluos e, portanto, também deviam ser destruídos”, Singh,
72. Fico perplexo com a estupidez de alguns seres humanos (ou desumanos – neste
caso ele apagou boa parte da existência humana, atrasando o mundo em séculos –
e o mundo árabe também, provavelmente levando-o ao declínio final).
O mesmo trabalho de
compilação e compra de manuscritos foi continuado em Constantinopla
(Constantino-pólis, a Cidade de Constantino, fundada em 324, quase
simetricamente em relação a Alexandria, que é de 332 a.C., sobre a base de
Bizâncio, que é de lá por 800 a.C., antes de Roma). Teodósio II (408-450),
imperador do Oriente, criou em 425 a Escola
Superior de Constantinopla, irmã daquela Universidade criada antes em
Alexandria. Naturalmente ela tinha uma biblioteca anexa, que também prosperou.
A Biblioteca de Pérgamo (do Reino de Pérgamo, mesma região da Dodecápolis
grega, as doze cidades), na costa ocidental da Anatólia (que constitui hoje a
porção oriental da Turquia), já possuía 200 mil pergaminhos no século I a.C.
Constantinopla, capital do império Romano do Oriente, não poderia ficar atrás.
Tudo isso exige que
Constantinopla, em mãos dos turcos desde 1453, e Alexandria, em posse dos
árabes desde a conquista do Egito em 642, sejam abertas para escavações e
procura de documentos, num trabalho exaustivo, levado a cabo por um Consórcio
Mundial financiado pelos países todos, especialmente, de forma proporcional
pelo NAFTA (talvez 33 %), a Europa dos 15 (uns 25 %) e o Japão (uns 15 %), na
base de um dólar por pessoa por ano, durante os próximos 30 anos (US$ 1 por
pessoa x 6 bilhões de pessoas x 30 anos = US$ 180 bilhões, dos quais 73 %
cabendo a esses 19 países (3 + 15 + 1), pouco mais de US$ 131 bilhões.
Isso é urgente, é
para ontem.
Claro, o Egito e a
Turguia, que não tem reservas manifestadas de petróleo, tanto quanto alguns
países árabes, devem ter compensações pelos estragos, na forma de escolas
básicas, hospitais, estradas, computação, tecnociência, universidades,
bibliotecas, melhoramento do atendimento burocrático, o que for preciso, e isenção
de suas contribuições, ficando com 50 % do valor do que for apurado com vendas
e 50 % das peças autenticadas cada um.
Habitantes desses
países devem ser instados por seus governos a fornecer qualquer documento que
esteja guardado, contra pagamento conveniente, e a realizar busca esmiuçadora
em toda parte, nos dois países e no mundo inteiro.
Vitória,
quarta-feira, 12 de março de 2003.
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