sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017


A Vaquinha da Inteligência

 

                            Certa moça perguntou qual é o meu QI, eu disse não saber, nunca fiz testes. Por um lado, como já disse, deveriam ser testes QIMC (de inteligência, de memória, de controle) e não apenas QI (quociente de inteligência). Em segundo, quem o estabelece, com base em quê? Quais são as preferências implícitas? Que Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral guiou sua construção? Como estão, necessariamente, ligados à formestrutura política-ideológica (Escravismo, Feudalismo, Capitalismo, Socialismo, Comunismo, Anarquismo) dominante e à particular projeção governempresarial, devemos perguntar: a quem ele interessa?

                            Porque podemos saber disso: os testes de QI nos extraem da população para serviço às elites, nem sempre ao povo; é um serviço de extração, em que os supostos “gênios” são transformados em pelegos, servindo como amarração para tosquia das populações pelos aproveitadores de serviço.

                            Então, desde o princípio, eu recusei, embora não fosse por essa visão atual mais completa. No Salesiano de 1971, quando estava fazendo cursinho, fizeram teste e me neguei a participar. E é perigoso, como já disse, porque no caso de conflito eles procuram primeiro os criadores, os quais podem representar fonte de perigo para a ditadura de plantão. Depois, é humilhante para os demais, os classificados “abaixo”, quando nitidamente todos tem direito à igualdade, embora deva ser a assimétrica (que pode mais faz mais), não a forçada, da ideologia mais perrengue.

                            Os testes de QI só fazem prender a vaquinha de que se tirará o leite, a “inteligência”, o que quer que isso seja sem as provas das obras. Os testes QIMC mais apurados devem prosseguir, mas quem deseje fazê-los deveria ser informado do lado negativo.

                            Vitória, sexta-feira, 16 de maio de 2003.

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