A Segunda Opinião
Quem começou a
desconfiar dos médicos?
Evidentemente vem de
bem antes, desde o começo, desde os primeiros erros médicos, cuja opinião
definitiva cabe agora à Justiça, pelo menos nos EUA, a chamada “sociedade
litigiosa”, cuja guerra, se tem um lado ruim, tem um lado bom para completar a
soma em zero, qual seja aquele que segura os médicos na trela, mantendo-os
rentes ao melhor conhecimento tecnocientífico, a pulso, à custa de pagar
vultosas indenizações aos que sofrem de sua imperícia.
Nós que estamos fora
dessa sociedade litigiosa sofremos com a incúria. A UNIMED, cooperativa de
trabalho médico, é muito boa - já a elogiei de público - e nos permite ir uma
segunda (no Plano Participativo é ruim, porque se paga a metade do valor de referência,
agora esses 50 % sendo R$ 16,32, coisa de cinco dólares, que deve ser um quarto
da consulta paga) opinião, até a uma terceira ou muito mais. Podemos consultar
seguidamente, coisa que os pobres não podem fazer. Por exemplo, como já contei,
a Dona Maria vai para a fila às três ou quatro da manhã para pegar lugar antes
de obter uma ficha para consulta três meses depois; entra o médico gasta menos
de dois minutos para atendê-la.
É claro que é outro patamar da
pontescada tecnocientífica, a Medicina tratando de assunto muito mais complexo,
mas na Engenharia não precisamos de uma segunda opinião.
Penso que os
pesquisadores devem buscar saber, e revelar, todas as torpezas dos médicos, no
sentido de desventrar tudo isso, todas aqueles objetos deixados dentro dos
pacientes, todas as imundíceis que nos assombram, todos os erros advindos do
desleixo, do descaso para com a clientela. Deve-se apertá-los continuamente, visando
dar aos usuários dos serviços conforto e dignidade no atendimento.
As forças vivas da
coletividade devem constituir uma associação nacional, com desdobramentos nos
estados, não deixando de modo algum a coisa unicamente nas mãos da Justiça, do
Conselho Federal de Medicina e da AMB, Associação Médica Brasileira.
Vitória, sábado, 17
de maio de 2003.
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