A Europa Derrotada
O que seria depois a
União Européia começou com a Comunidade Européia do Carvão e do Aço, CECA,
criada a 18 de abril de 1951, caminhando para a união definitiva com o Tratado
de Maastricht, assinado em fevereiro de 1992, efetivando-se em 1993 e
completando-se com a implantação da moeda única, o Euro, em 1999. Eram nove,
passaram a 12 países, depois a 15 e estão caminhando para acrescentar mais e
mais (até 27, no planejamento atual).
Mesmo com 15 já
rivalizam com a produção dos 50 estados dos EUA, quando estes já detiveram 45 %
da renda mundial depois da Segunda Guerra, agora estando reduzidos a uns 25 %,
recorrendo ao Canadá e ao México para ir além da Europa. Está “pau a pau” a
competição, como diz o povo, ora uma cabeça na frente, ora outra, seria
interessante investigar em detalhes.
A coisa toda ia bem
(nosso amigo CUF lembrou que eu disse há uns três anos que o Euro seria a
“moeda do futuro” – de fato, até agora ultrapassou o dólar, quando antes, na
implantação, estava em queda, parecendo então incapaz de firmar-se) até essa
tal Guerra do Iraque, quando a
Grã-Bretanha alinhou automaticamente ao lado dos EUA - o filho querido, o
xodozinho da mamãe – e houve um bate-boca terrível entre o Reino Unido e a
França, levando a que a União Européia por um nada quase fosse “pras cucuias”,
como o povo expressa tão bem.
É fantástica a
capacidade americana de arrebentar com o projeto dos outros. Nada parecia poder
dilacerar a Nova Europa, depois de tantos séculos de tentativas de reunião desde
a queda do Império Romano do Ocidente em 476, mil e quinhentos anos de
rebentação. Bastou uma cunha bem cravada e a recém-constituída União estourou
em pedacinhos que se acusam uns aos outros. Está bem claro que a Grã-Bretanha é
mais americana (um 51º estado) que européia. É impressionante como o jogo
americano de divisão, como antes o romano, ainda consegue “dividir para
reinar”, colocando todos contra todos e cada um contra todos os demais.
Por enquanto eles
parecem invencíveis.
Mas só parecem.
Nem sei se vale a
pena combater um poder que tem essa utilidade tremenda de por enquanto
conseguir ir levando e que, afinal de contas, tem essa vitalidade, ainda que
dúbia, de promover os rachamentos. Quem pode combater sem rir esse poder
tremendo?
Vitória,
quinta-feira, 03 de abril de 2003.
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