terça-feira, 7 de fevereiro de 2017


A Guerra Americana

 

                            No mesmo livro de Juan Enriquez, página 153, eis o que ele diz:

                            “Os anos 1990 foram caracterizados pela baixa inflação... Mas o número de milionários americanos aumentou... De 1,3 milhões em 1989... para mais de 5 milhões em 1999... E se quisermos contar os bilionários... Em 1992 havia 13... e em 2000, haviam mais de 250”.

                            Milionários multiplicados por três, bilionários por 20.

                            No Brasil a concentração de X % da renda nacional para o 1 % mais rico ficou nas mãos dos 0,6 % mais ricos, dobrando a concentração num determinado período, pouco importa qual seja; com certeza foi depois do fim da URSS em 1991, quando os EUA e o resto do “mundo livre” não precisaram mais se preocupar com revoltas. Agora, com a guerra contra o Afeganistão e o Iraque, e o temor geral diante da hiperpotência, menos ainda.

                            No modelo podemos ver muito bem que tanto existe GUERRA EXTERNA quanto GUERRA INTERNA – elas são travadas simultaneamente. A Veja de 23 março de 2003 noticiou que para cada bilhão gasto numa determinada guerra exterior os EUA ganham em contratos no país dominado seis bilhões de dólares. Portanto, se Bush Júnior está pedindo 100 bilhões, as empresas americanas contam ganhar 600 bilhões no Iraque.

                            Agora, quanto os governempresas americanos ganham DENTRO DOS ESTADOS UNIDOS, enquanto pacificação das vontades americanas, retorno ao redil do medo, e junto aos países aliados, tanto os de costura forte (como a dependência plural britânica) como os de costura fraca? Principalmente, quanto eles ganham como dissuasão políticadministrativa interna? O que significa silenciar as oposições internas (e também externas) em relação aos desmandos? Com a ameaça de terroristas, de presumida invasão externa, de tudo isso, quanto mais a concentração de renda poderá avançar?

                            Só saberemos daqui a vinte, trinta, quarenta anos, quando olharmos o passado e pudermos avaliar os números. Se, com o fim da URSS, avançou tanto, quanto mais avançará de agora em diante? O que preocupa é o que virá para o povo americano, na base, onde a ausência de serviços e produtos se fará sentir com maior força.
                            Vitória, sexta-feira, 28 de março de 2003.

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