A Guerra Americana
No mesmo livro de
Juan Enriquez, página 153, eis o que ele diz:
“Os anos 1990 foram
caracterizados pela baixa inflação... Mas o número de milionários americanos
aumentou... De 1,3 milhões em 1989... para mais de 5 milhões em 1999... E se
quisermos contar os bilionários... Em 1992 havia 13... e em 2000, haviam mais
de 250”.
Milionários
multiplicados por três, bilionários por 20.
No Brasil a
concentração de X % da renda nacional para o 1 % mais rico ficou nas mãos dos
0,6 % mais ricos, dobrando a concentração num determinado período, pouco
importa qual seja; com certeza foi depois do fim da URSS em 1991, quando os EUA
e o resto do “mundo livre” não precisaram mais se preocupar com revoltas.
Agora, com a guerra contra o Afeganistão e o Iraque, e o temor geral diante da
hiperpotência, menos ainda.
No modelo podemos
ver muito bem que tanto existe GUERRA EXTERNA quanto GUERRA INTERNA – elas são
travadas simultaneamente. A Veja de 23 março de 2003 noticiou que para cada
bilhão gasto numa determinada guerra exterior os EUA ganham em contratos no
país dominado seis bilhões de dólares. Portanto, se Bush Júnior está pedindo
100 bilhões, as empresas americanas contam ganhar 600 bilhões no Iraque.
Agora, quanto os
governempresas americanos ganham DENTRO DOS ESTADOS UNIDOS, enquanto
pacificação das vontades americanas, retorno ao redil do medo, e junto aos
países aliados, tanto os de costura forte (como a dependência plural britânica)
como os de costura fraca? Principalmente, quanto eles ganham como dissuasão
políticadministrativa interna? O que significa silenciar as oposições internas
(e também externas) em relação aos desmandos? Com a ameaça de terroristas, de
presumida invasão externa, de tudo isso, quanto mais a concentração de renda
poderá avançar?
Só saberemos daqui a
vinte, trinta, quarenta anos, quando olharmos o passado e pudermos avaliar os
números. Se, com o fim da URSS, avançou tanto, quanto mais avançará de agora em
diante? O que preocupa é o que virá para o povo americano, na base, onde a
ausência de serviços e produtos se fará sentir com maior força.
Vitória,
sexta-feira, 28 de março de 2003.
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