Os 2,5 %
Da Curva de Gauss
(ou Curva do Sino), da margem estatística de erro de 5,0 %, da soma zero 50/50 do modelo, da visão
polar dos opostos/complementares e do triângulo bipartido em sombra e luz tirei
a idéia de que 5 % da esquerda e 5 % da direita, cada lado com 2,5 % atrai os
restantes 47,5 % que lhe estão próximos.
Os resultados disso
são vários.
Olhando cada par de
opostos/complementares, por exemplo, argúcia e seu antônimo inépcia, poderemos
ver que 2,5 % de cada conjunto serão necessariamente argutos, astutos,
perspicazes, finos, espertos, inteligentes, atilados, sutis – mas isso não é
somente favorável, é desfavorável também.
Olhando verdade e
mentira, 2,5 % dos seres humanos vão mentir sempre, em qualquer situação,
independente de precisarem ou não, enquanto 2,5 % não mentirão em hipótese
alguma, ainda que a situação seja de permissividade total. Cada extremo desses
e seus cooptados lutará com o outro extremo e seus aderentes, criando os
ciclos. Num determinado instante até 97,5 % estarão de cada lado, o outro lado
ficando acossado, sem, no entanto, desaparecer. Sob tão extraordinária pressão
o lado atacado inventará soluções novas e começará a amealhar adesões, mudando
o sim em não, conforme a dialética. Depois o não será mudando em sim-renovado,
e daí segue.
Então, num período
em que haja extremado livre-arbítrio sexual, licenciosidade, o período seguinte
será de puritanismo, de contenção quase absoluta. A geo-história e toda a
Psicologia devem ser vistas por essa ótica.
A Psicologia
(psicanálise/figuras, psico-síntese/objetivos, economia/produção,
sociologia/organização e geo-história/espaçotempo) é uma continuada
demonstração disso. Em Economia (agropecuária/extrativismo, indústrias,
comércio, serviços e bancos), uma época de privatizações (superprivado) será
seguida de outra de estatizações (superpúblico). Se segue que a onda de
privatizações iniciada por Margareth Tatcher na Grã-Bretanha e seguida no mundo
inteiro, quase, inclusive no Brasil, será irremediavelmente secundada por outra
onda planetária de estatizações. É fatal.
Quanto mais aguda
for uma, tanto mais o será a outra.
Resulta disso que
sempre podemos esperar encontrar esses 1/40 ou 2,5 % em todos os pares de
opostos/complementares.
Sempre 2,5 % de
histéricos, 2,5 % de comilões insaciáveis, 2,5 % de covardes, 2,5 % de meigos e
assim por diante, em tudo que o dicionário nos apresentar. E 2,5 % terão todas
as qualidades reunidas. Só que o modelo diz que esses 2,5 % “perfeitos” na
realidade vão exigir muito dos demais e que eles não são efetivamente
totalmente bons. Só 2,5 % deles serão definitivamente imaculados.
Se os 2,5 %
licenciosos levam 95,0 % ao seu encontro, a esse domínio seguir-se-á extremo
aprisionamento sexual antilibidinoso, antidevasso, de condenação quase absoluta
da sexualidade, o que é também ruim, pois muito = MORTE, na Rede Cognata. Os
supostamente puros castigarão fortemente os outros todos, começando pela
cooptação dos seus 47,5 %, fazendo-os retornar à “retidão”. SE conseguirem os
outros 47,5 % acabarão por implantar o terror antissexual.
Enfim, os extremos
custam muito, de qualquer modo. Tanto o excesso quanto a ausência de sexo são
daninhas.
O melhor seria se
conseguíssemos ficar totalmente longe disso.
Contudo, já sabemos
que em 2,5 % do tempo isso será impossível; e que nos 2,5 % que forem
realizáveis nada lucraremos com a possibilidade. Então, devemos nos contentar
com a moderação. Nem um extremo nem outro, nem sequer fazer força para que não
seja nem um nem outro, sabendo que fatalmente em algum momento e lugar um ou
outro predominarão em ciclo, levando a oscilações tremendas.
Seria verdade, essa
coisa?
Por que razão o
universo seria modelado dessa forma?
Vitória,
segunda-feira, 24 de junho de 2002.
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