Idade Mídia
Desde julho
de 1992 sem assistir TV de vontade própria – só quando obrigado por estar em
presença de algum aparelho ligado – venho passando ao longe de toda agitação
que o falatório inconsequente das apresentadoras matinais provoca na audiência
auto incapacitada de raciocinar, pessoas que decidiram se castrar das potências
humanas racionais.
Elas vibram
na padaria com o blábláblá redutor. Acreditam naquelas asneiras, anseiam por
elas, se agitam com elas.
Não apenas a
TV, a restante mídia também (Rádio, Revista, Jornal, Cinema, Internet, Livro),
da qual somente a Web um tiquinho e os livros bastante é que dão independência
e fazem ajuizar.
Poucos
querem pensar, a triste conclusão é esta.
Estamos
nesta Idade Mídia, a Idade Média destes tempos da substituição do pensar
próprio pelo pensar alheio, a que quase todos se rendem com fervor. Na outra
Idade Média o camponês, mesmo não tendo dados e informações, sentava no banquinho
e podia com a sobra de tempo imaginar qualquer coisa, a soma de décadas e
séculos acabando por constituir novidade, embora a gente saiba que quem pensa
mesmo é o criador, o gênio.
Hoje a
maioria das PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos, empresas) FAZ QUESTÃO de não
pensar e tem muito mais instrumentos protetores para isso, inclusive museus,
praças, parques, gente aos montes que ajuda a evitar esse terrível perigo que é
a aproximação da meditação. É uma espécie de ESCUDO, um seguro de vida contra
essa amedrontadora e terrível peste que é o refletir: milhares de filmes,
seriados, jornais de TV e tudo mais da mídia geral, menos os livros e bastante
mais da www.
Sujeição
completa ao irracional. Suspeição integral em relação à concentração, à
investigação. Perigo, perigo, perigo, as pessoas fogem dela como o diabo da
cruz.
Então, é
prato cheio, juntou a fome de não raciocinar com a vontade de evitar e deu no
que deu, o mundo cheio da riqueza quase absoluta das informações sem quase
ninguém que as aprecie.
Infelizmente
não posso produzir livro sobre o fenômeno, as linhas de procura que já tenho
são demasiadas para eu conseguir dar conta.
Serra,
sexta-feira, 13 de novembro de 2015.
GAVA.
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