Dois Centésimos da
Renda para a Arqueologia
Dois centésimos,
1/50, 2 % parecem pouco, mas dependem de sobre o que incidem. Sobre nada dá
nada, porém 2 % dos 500 bilhões de dólares da Microsoft significariam 10
bilhões.
O que eu penso é
que, se estamos dispostos a ganhar dinheiro de fato, devemos pensar logo em
muito. E para ser muito devemos tirar do que iremos dar esses dois por cento,
sistematicamente, ou seja, se alguém for premiado a título gratuito com 3 % de
uma patente, deve ser descontado dele 2 % de 3 % = 0,02 x 0,03 = 6 x 10-4
= 6/10.000, seis décimos milésimos, e assim por diante. DE TODOS, digo,
inclusive de mim, de modo que todos contribuam do que não teriam se não fosse
minha vontade para uma obra meritória, a descoberta do passado humano (e não
humano também).
Isso interessa a
todos e deve constar nos contratos de doação, inequivocamente, de modo a que
das patentes e modelos de utilidade, pelo lado dos direitos, saia esse
percentual – mas não pelo lado do lucro, que depende de esforço alheio, não me
pertencendo.
Talvez consigamos
motivar as pessoas através do mundo a criar um Fundo Universal de Arqueologia (e paleontologia, geologia,
antropologia coligadas), com presidência rotativa dos continentes, dentro
destes os países por sorteio.
Penso que o ritmo
das descobertas é muito lento, lentíssimo, para meu gosto, de forma que é
necessário implementar com novos instrumentos, aparelhos, máquinas e programas
especializados (sem esquecer os esforços amadores, orientados ou não),
novíssimos programáquinas, criando uma Universidade
de Arqueologia (e aquelas matérias coligadas) que estabeleça e propague um
modelo de pesquisa & desenvolvimento teórico & prático.
Se o mundo
destinasse 2 % de sua renda total, ou dos 80 % em posse dos ricos, de US$ 30
trilhões anuais, 90 % = US$ 24 trilhões teríamos US$ 480 bilhões por ano, uma
verba extraordinária para revirar a Terra do avesso, em busca do passado. Nunca
conseguiremos adesão total, mas se um décimo disso fosse obtido, US$ 48
bilhões/ano, já seria a redenção.
Vitória, quarta-feira,
10 de julho de 2002.
Nenhum comentário:
Postar um comentário