A Polêmica de Hart
Michael H. Hart escreveu o livro
As 100 Maiores Personalidades da História, 5ª. Edição, Rio de Janeiro, Difel,
2002, sobre original de 1978, no qual coloca, pela ordem: 1º) Maomé, 2º) Isaac
Newton, 3º) Jesus, etc.
É muita vontade de
causar polêmica, para vender livros.
Para justificar Maomé
estar à frente de Jesus, apesar de o cristianismo ter o dobro de seguidores do
islamismo, ele diz que Maomé foi ao mesmo tempo líder religioso e político,
enquanto Jesus só foi líder religioso, e assim mesmo apoiado em São Paulo.
Como já mostrei
noutro texto, Jesus foi o responsável pela eliminação quase total do fosso
instransponível que existia entre os “superiores” e os “inferiores”, e é o
verdadeiro criador da dominância ocidental e da civilização mundial, ao passo
que Maomé lançou um Jihad de conquista forçada dos “infiéis”, uma guerra total,
ilimitada no tempo, até a conversão de todos os “não-crentes” ao Corão e seu
monolitismo.
Evidentemente
podemos esperar que, em todo corpo social, existam 97,5 % de gente tranqüila ou
relativamente tranqüila, e 2,5 % de extremistas, facilmente conversíveis em
terroristas sob certos comandos hipnóticos.
Do outro lado Jesus
implantou as bases da tolerância, da sociedade aberta, da liberdade, da democracia
e de tudo mais que o Ocidente fez de bom nos últimos dois mil anos. Se isso não
é (também) ser bom político, o que seria? E o que seria de São Paulo sem uma
base de onde tirar sua organização cristã? E o “ide por todo o mundo”, de
Jesus?
E assim por diante.
Hart faz um corte,
como qualquer um pode fazer com base em suas preferências individuais,
familiares, grupais, empresariais, municipais/urbanas, estaduais, nacionais ou
mundiais. Qualquer um pode fazer. Agora, os critérios é que são umas doideiras.
Ou a falta deles.
Ele coloca Antoine
Laurent Lavoisier em 20, à frente de Karl Marx, em 27. Por outro lado, Leonhard
Euler (1707-1783), provavelmente o matemático mais importante de todos os
tempos, na minha concepção, aparece em 77. Ele escreveu 45 mil páginas de densa
matemática durante 56 anos, e elas vem sendo publicadas há 200 anos, e ainda se
levará todo o século XXI completando a publicação. Ainda agora, na teoria das supercordas
e da supersimetria (que nasceu na década de 1960), mas teve um desenvolvimento
repentino de 1984 para cá, usaram uma de suas equações para encontrar
importantes resultados.
Tivesse pelo menos
colocado numa ordem alfabética, deixando o leitor escolher, teria sido melhor,
enquanto do jeito que está só provoca embrulhos nos estômagos de todos.
A gente tem de ler o
livro desconsiderando qualquer numeração, que, então, por ser supérflua, desde
o início não deveria ter sido posta. Provavelmente esse Hart é americano, com a
arrogância clássica deles, e essa falta de perspectiva geo-história que dói em
todos os outros povos.
Vitória,
sexta-feira, 5 de abril de 2002.
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