sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017


Universidades

 

                            Li na Internet que há no mundo seis mil universidades. Fiquei espantadíssimo, assombrado mesmo. Como são cerca de 220 nações, temos uma média de 30/1. Estimei que seriam uns quatro mil estados ou províncias (gostaria de ter uma conta precisa, em especial com a listagem deles/delas), devendo haver 1,5 universidade por E/P. No Espírito Santo, universidades mesmo, há a UFES, Universidade Federal do ES, a UVV, Universidade de Vila Velha, e que se chame assim a FAESA, com vários campus, mais as faculdades isoladas, não sei avaliar ao certo.

                            O ES detém coisa de 2,5 % da renda nacional, 1/40, e o Brasil grosso modo 2,5 % da mundial; daí que caiba ao nosso estado 1/1.600 da renda planetária. Está acima da média, que seria de 1/4.000, 4.000/1.600 = 2,5, ou seja, 150 % acima. Muitos E/P, mais da metade, não terão nenhuma universidade.

                            Mesmo assim é um fenômeno, algo de totalmente espantoso, como tal nunca avaliado em sua potência implícita e explícita. Se todas essas universidades se unissem políticadministrativamente constituiriam um poder paralelo formidável, rivalizando com e ultrapassado 2/3 das nações, talvez 95 % dos estados, tanto em riqueza comum quanto em conhecimento. Para dizer tudo, sendo tão poucas, relativamente aos quantitativos dos conjuntos pessoambientais (PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos e empresas; AMBIENTES: municípios/cidades, estados, nações e mundo), seria o maior poder da Terra, fora a reunião de TODAS as nações, de TODOS os estados/províncias ou de TODOS os municípios/cidades, cada vez estatisticamente mais difícil de fazer, quanto mais cresça o número.

                            É fácil reunir seis mil reitores, não dá nem um estádio pequeno de futebol de várzea; como eles podem viajar para qualquer lugar a qualquer momento, com a Internet e as outras mídias que têm a sua disposição virtualmente eles são um poder paralelo potencial de enorme envergadura – pensando bem.

                            É até assustador pensar nisso.

                            Em todo caso, ninguém se lembrou de investigar as universidades enquanto potência conjunta contemporânea (1789 a 1991) e pós-contemporânea (1991 em diante), em todos os seus desdobramentos. Nem sei se há alguém que possa fazer isso. Se for capaz certamente o livro apareceria mais como o desdobramento de opiniões (que o povo chama de “encher lingüiça”) do que como uma abalizada abordagem completa, esgotadora do assunto.

                            Vitória, quinta-feira, 03 de abril de 2003.

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