terça-feira, 14 de fevereiro de 2017


Trens no Brasil

 

                            No Brasil os militares preferiram (a um enorme custo, mas corretamente, dadas as circunstâncias) os transportes por caminhões, ao transporte de-linha, por trens, em razão da possibilidade de um conflito armado com as “forças comunistas” da União Soviética e do “mundo vermelho” mais amplo, tão temido há três ou quatro décadas.

                            Claramente a mobilidade é muito maior.

                            A capacidade de romper o plano dos caminhões, a verdadeira ÁRVORE DE DISTRIBUIÇÃO por meio deles, com ataques terroristas ou de comandos revolucionários é infinitamente menor do que de romper as linhas ferroviárias, que podem ser bombardeadas, ficando dias ou mesmo semanas sem tráfego, ao passo que se uma estrada for interrompida qualquer desvio pode ser tomado, à esquerda ou à direita, e por mais que demore sempre se chegará lá no mesmo dia.

                            Mas agora se trata de fazer ligações de ALTA VELOCIDADE através de trens-bala, transportando grandes volumes e massas de que as grandes metrópoles necessitam, combinando a distribuição-de-linha dos trens com a distribuição-de-plano dos caminhões, e estas duas de terra com de ar dos aviões, se o Brasil quer mesmo ser de primeiro mundo.

                            Por décadas nas mãos do governo federal, portanto dos militares, a rede ferroviária federal capengou, diminuiu, esteve a ponto de estrangulamento, até que desestatizada e com grande esforço em dez anos ou menos chegou a 30 % das cargas transportadas.

                            Agora é preciso ligar as 27 capitais (Brasília, do Distrito Federal, incluída) e as grandes cidades em volta delas com essa pretendida MALHA FERROVIÁRIA DE GRANDE VELOCIDADE, 500 km/h ou mais. Veja que os trens podem também trafegar por debaixo da terra, em linhas que terão futuramente milhares de quilômetros, desde que aprendamos a fazer túneis tão compridos assim. Pois trens não fazem ultrapassagens, como os caminhões, não necessitando mais do que estreitos túneis, ainda mais se for adotada a providência de diminuir seus tamanhos, caso em que poderiam constituir um grupo aéreo de estradas-de-ferro em camadas, trocando de túnel e de camada por controle de computador central. O potencial dos trens está longe de estar esgotado. Ao contrário, parece que tudo está se tornando novamente interessante.

                            Se houver planejamento de complementação trens-caminhões, estes tendo módulos ou contentores que se conectem aos trens automaticamente, e vice-versa, então o conjunto evoluirá com uma pressa danada.

                            Essas garantias são novas e permitirão o crescimento a um ritmo novo, que não será o perigoso, em torno de 100 km/h, dos caminhões, mas aquele seguro, em torno dos 500 km/h, dos trens. Como se sabe o desenho das cidades e de tudo depende dos transportes (no centro da Bandeira da Proteção: lares, armazenamento, saúde, segurança e transportes). Novos transportes, novas nacionalidades, novas produções ou economias, novas organizações ou sociologias, novos objetivos ou psico-sínteses, novas figuras ou psicanálises, novos espaçotempos ou geo-históricas, enfim NOVA PSICOLOGIA brasileira.

                            Novas alocações de info-controle ou comunicações.

                            Em resumo, verdadeiramente novo Brasil.

                            Vitória, domingo, 20 de abril de 2003.

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