Trens no Brasil
No Brasil os
militares preferiram (a um enorme custo, mas corretamente, dadas as
circunstâncias) os transportes por caminhões, ao transporte de-linha, por trens,
em razão da possibilidade de um conflito armado com as “forças comunistas” da
União Soviética e do “mundo vermelho” mais amplo, tão temido há três ou quatro
décadas.
Claramente a
mobilidade é muito maior.
A capacidade de
romper o plano dos caminhões, a verdadeira ÁRVORE DE DISTRIBUIÇÃO por meio
deles, com ataques terroristas ou de comandos revolucionários é infinitamente
menor do que de romper as linhas ferroviárias, que podem ser bombardeadas,
ficando dias ou mesmo semanas sem tráfego, ao passo que se uma estrada for
interrompida qualquer desvio pode ser tomado, à esquerda ou à direita, e por
mais que demore sempre se chegará lá no mesmo dia.
Mas agora se trata
de fazer ligações de ALTA VELOCIDADE através de trens-bala, transportando
grandes volumes e massas de que as grandes metrópoles necessitam, combinando a
distribuição-de-linha dos trens com a distribuição-de-plano dos caminhões, e
estas duas de terra com de ar dos aviões, se o Brasil quer mesmo ser de
primeiro mundo.
Por décadas nas mãos
do governo federal, portanto dos militares, a rede ferroviária federal
capengou, diminuiu, esteve a ponto de estrangulamento, até que desestatizada e
com grande esforço em dez anos ou menos chegou a 30 % das cargas transportadas.
Agora é preciso
ligar as 27 capitais (Brasília, do Distrito Federal, incluída) e as grandes
cidades em volta delas com essa pretendida MALHA FERROVIÁRIA DE GRANDE
VELOCIDADE, 500 km/h ou mais. Veja que os trens podem também trafegar por
debaixo da terra, em linhas que terão futuramente milhares de quilômetros,
desde que aprendamos a fazer túneis tão compridos assim. Pois trens não fazem
ultrapassagens, como os caminhões, não necessitando mais do que estreitos
túneis, ainda mais se for adotada a providência de diminuir seus tamanhos, caso
em que poderiam constituir um grupo aéreo de estradas-de-ferro em camadas,
trocando de túnel e de camada por controle de computador central. O potencial
dos trens está longe de estar esgotado. Ao contrário, parece que tudo está se
tornando novamente interessante.
Se houver
planejamento de complementação trens-caminhões, estes tendo módulos ou
contentores que se conectem aos trens automaticamente, e vice-versa, então o
conjunto evoluirá com uma pressa danada.
Essas garantias são
novas e permitirão o crescimento a um ritmo novo, que não será o perigoso, em
torno de 100 km/h, dos caminhões, mas aquele seguro, em torno dos 500 km/h, dos
trens. Como se sabe o desenho das cidades e de tudo depende dos transportes (no
centro da Bandeira da Proteção: lares, armazenamento, saúde, segurança e
transportes). Novos transportes, novas nacionalidades, novas produções ou
economias, novas organizações ou sociologias, novos objetivos ou
psico-sínteses, novas figuras ou psicanálises, novos espaçotempos ou
geo-históricas, enfim NOVA PSICOLOGIA brasileira.
Novas alocações de
info-controle ou comunicações.
Em resumo,
verdadeiramente novo Brasil.
Vitória, domingo, 20
de abril de 2003.
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