quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017


Tanque de Emoções


                            Por conta dos trabalhos da senda futurista americana no Instituto Hudson, de Hermann Kahn e outros, fixou-se nas memórias sempre o TANQUE DE PENSAMENTOS, isto é, os trabalhos racionalizantes e até supercientifizantes, descartada a vertente muito mais antiga das previsões por sentimento, a profecia entre elas. Aquele caminho de sonhos e de fantasias foi obnubilado, obscurecido, enfraquecido, banido quase.

                            Isso vem por conta da extrema tecnocientifização do coletivo de trabalho, em todas as instâncias em que foi possível forçar tal irritante superafirmação.

                            Fala-se em tanque de pensamentos, nunca em TANQUE DE EMOÇÕES, que só vão aparece nas magias, todas escorraçadas, fazendo-se em becos escuros e em terreiros, e as artes, toleradas (são 22 das que identifiquei positivamente até agoraqui) por serem quietantes do povo e gratificantes das elites. Bom, para mim isso é um erro que beira o perigo e a disrupção social, acumulação de compressões sempre prestes a romper o tecido ou tramurdidura socioeconômica, haja vista as tensões acumuladas pela falta de vazão dos elementos irracionais internos da alma humana, o que seria de competência explícita da Magia e da Arte, em maiúsculas famílias, conjuntos ou grupos de magias e de artes.

                            Já é mais do que tempo de os colegiados de artistas e magos, conforme já sugeri a criação, incrementarem a institucionalização desses centros emocionais, tais TE’s, talvez a partir dos próprios terreiros de umbanda, como coisas visíveis que servirão ao Brasil e às nações assim, como se fossem centros de “descarrego” ou de descarga emocional, de rompimento dos diques da contenção superacional que foi imposta e que os carnavais mal dão conta de estilhaçar temporariamente, durante três ou quatro dias por ano. Como devemos ter aí, no Brasil, para 5,5 mil cidades, uns 60 mil bairros e distritos, veja só que podem ser construídos muitos, com o beneplácito da Igreja e até com apoio ativo dela, como forma de emancipação política do Brasil.

                            Vitória, segunda-feira, 17 de fevereiro de 2003.

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