segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017


Superioridade Intelectual

 

                            Dado que a inteligência é estrutural e não pode ser aumentada pelos meios triviais, o que dá superioridade intelectual a PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos, empresas) e AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo)? Só pode ser a vontade de fazer (que vem do SER: memória, inteligência e controle) e de TER (matéria, energia, informação). No plano dos ambientes isso é chamado de “vontade política”. No plano pessoal é a vontade pessoal.

                            Não é a mesma coisa que objetivo, pois este pode ser imposto de fora e não resultará tanto, como se viu na ex-URSS e em tantos lugares. Na Psicologia (figuras ou psicanálises, objetivos ou psico-sínteses, produções ou economias, organizações ou sociologias, espaçotempos ou geo-histórias) geral vem antes dos objetivos, vem das figuras mesmo, os agentes que estão presentes, o cerne dos desdobramentos psicológicos.

                            Centremo-nos, pois, nas figuras.

                            Chamemos a isso VONTADE DE FIGURAR, de ser. Ora, se no SER a inteligência não pode ser acrescida, a memória sim, e com ela, relativamente menos, o controle. A memória é assim o distintivo, o que altera as condições de dois serem, em tudo o mais, iguais. Sejam A e A’: A’ prosperará mais juntando memória e esse é o começo daquilo que Bacon denominou “saber é poder”.

                            Existe o saber primário, que é a memória, e o saber acrescido pela inteligência. Inteligências iguais, operando sobre memórias distintas, farão coisas diferentes. Para inteligências iguais, A’ operando MAIS TEMPO, MAIS CONSISTENTEMENTE, com maior necessidade de tirar das memórias (velhas inteligências) inteligências (novas memórias), acabará por acrescer novos fatos, que somados aos anteriores lhe dará I’, depois I’’, I’’’ e assim por diante. A’ pode chamar então outras inteligências e assim ir de fato adquirindo superioridade intelectual, obtendo ∫ I, a integração das inteligências, exponencializando rapidamente, como fez Bill Gates – ele nem precisava ser muito esperto, só ter uma vontade poderosa, uma necessidade tremenda de conseguir as coisas, de ir sempre em frente, vencendo os desafios, contratando do meio os seres e os teres de que necessitava. Então começa a escalada, que A jamais conseguirá alcançar.

                            Porisso pessoas mais inteligentes não ficam tão ricas, nem tão famosas, nem produzem tanto quanto outras menos dotadas, PORQUE não se esforçam tanto. A inteligência não é tão importante, vejam quantas crianças precoces dão em nada. A vontade de vencer é mais importante, é mesmo fundamental.
                            Vitória, quinta-feira, 06 de março de 2003.

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