Produtos que
Detestamos
Uma vez o Steve
Martin deu num filme como índice da presença e da existência do Demônio aqueles
envoltórios de celofane nos estojos de CD e que são completamente intratáveis,
a grande custo de tempo e raiva conseguindo-se abrir. É preciso usar uma chave
de casa ou ponta de tesoura ou o que quer de pontudo que tenhamos para forçar.
E há um punhado de
coisas demoníacas, que os capetinhas inventaram só para nos enraivecer e nos
ver espumar.
Bem, à parte os
eventos pontuais, é certo que a Vida psicológica humana geral depende de
pequenos gestos de amor e cuidado com o próximo, que não está tão distante
quanto se pensa, somos nós mesmos. Assim, cuidar dos outros é cuidar de nós
mesmos, em círculo, porque tudo, de um modo ou de outro, volta.
Os governos poderiam
colocar um sítio real ou virtual para acolher reclamações, com delicadeza indo
até as empresas e reformando os produtos no que eles tivessem de detestável.
Por exemplo, no caso em tela, bastaria colocar uma fita que, puxada, abrisse o
pacote, o envelope de plástico. Ou em envelopes de remédios, de pílulas,
permitisse a retirada delas sem ser com o emprego dos dentes. Ou em sacolas de
salgadinhos tipo cheetos viabilizasse a saída deles sem o tremendo esforço que
é agora (exceto que os adolescentes descobriram como fazer, puxando contra a
emenda).
Enfim, será que não
há ninguém que cuide disso?
Mais largamente é
questão de harmonização, de humanização, de aprimoramento da humanidade para
além da barbárie das vontades isoladas e isolantes.
Vitória,
segunda-feira, 05 de maio de 2003.
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