Praça Africana
Sendo os negros 6 %
e os pardos 40 %, segundo alguns, ou 6 % e 44 %, segundos outros, os
descendentes não-misturados e os mestiços no Brasil, fora os não-confessos (por
exemplo, meus filhos são 1/16 mestiços; enquanto minha filha Clara foi inscrita
como parda em certa ficha, Gabriel é totalmente branco), competiria dar-lhes
muito maior atenção, até especialmente criando essa PRAÇA AFRICANA, praça
mesmo, com árvores, bancos, água se possível num lago artificial ou natural,
mas tudo com jeito africano.
Prestigiaria os que
estão aqui e estabeleceria fortes laços com a África. Os cruéis dirão que a
África está destruída e de nada necessitamos dela, mas isso é bobagem pura – o
futuro não é igual ao passado. Definitivamente, não. Por simples questão de dignidade nacional devemos
fazê-lo. Depois, como eu já disse nos textos sob camuflagem econômica, aquele
distanciamento que nos dará domínio de nosso futuro, urge fazê-lo.
E, veja só, a
alegria característica dos africanos nos dará um Brasil novo, diferente dos
outros países, portanto, atrativo de riqueza dos turistas, benquisto dentro e
fora. A identidade de tantos, digamos 50 %, 85 milhões, nos proporcionará um
novo alento em termos de progresso e desenvolvimento, comprando produtos de
raiz cultural africana, como venho dizendo há duas décadas. Por si só a
construção de pelo menos uma praça nos talvez 60 mil bairros do Brasil
implicará um volume de dinheiro, o que até pode ser feito com base em trabalho
voluntário comunitário, no sistema de mutirão. Podemos trazer artistas
africanos, com isso ligando-nos com os países de origem, comerciando com eles,
criando uma COMUNIDADE AFRO-BRASILEIRA.
Tudo aponta para
isso, não como altruísmo, mas como o mais legítimo interesse próprio de todos e
cada um dos brasileiros.
Vitória,
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2003.
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