Pobretões
José Attílio Gava (1917
a 1978, 61 anos entre datas) e Alvira Perim Gava (1924 a 2003, 79 entre datas)
foram meu pai e minha mãe. Ele era motorista e ela doméstica. Por volta de 1971
a muito custo compraram com a venda de um caminhão velho uns lotes à margem da
BR 101-Norte, em Linhares/ES, e no buraco colocaram na forma de terra suas
economias muito minguadas, daí um posto de gasolina, que foi crescendo devagar.
Como sou filho, posso contar porque vivenciei e me sinto autorizado a falar,
não para ressaltar as personalidades deles, que são coisas de foro íntimo.
Assim pobres tiveram
quatro filhos e uma filha que morreu bebê, Amarílis, e com a luta tradicional
dos pobres fizeram força para educar os filhos, que por sua vez tiveram outros.
CUJA LISTA DOU
1)
De Ary José Gava:
·
Ary
José Gava Jr., administrador;
·
Rossana
Arrivabeni Gava, dentista;
·
Érico
Arrivabeni Gava, dentista;
2)
De José Anísio Gava:
·
Emily
Dall’Orto Gava, artista, cursando direito;
·
Bettina
Dall’Orto Gava, advogada;
3) De
José Augusto Gava:
·
Clara
Haddad Souza Gava (passou ao 3º período de história);
·
Gabriel
Haddad Souza Gava (passou no vestibular de mecânica);
4)
De Rogério Perim Gava:
·
Carolina
Duarte Gava (passou ao 3º período de psicologia);
·
André
Duarte Gava (passou no vestibular de ciências biológicas).
Assim sendo, de duas pessoas muito
pobres, que ao casarem nem tinham mesa à qual se sentarem para as refeições,
resultaram nove netos que estão ou estarão, havendo vida, prestando serviços a
si e à coletividade.
Ora, resulta que a muitos pobres é
negada oportunidade de aprimoramento, como vemos nestes tempos, especialmente
se tiverem pele preta ou mestiça, o que é um abismo – se o mesmo tivesse sido
feito a meu pai e minha mãe o mundo seria um tantinho menos rico. Talvez isso
nos faça pensar.
Vitória, segunda-feira, 07 de abril de
2003.
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