Planejamento
Governamental Contínuo
Se há a chamada
“grita” (gritaria), no dizer do povo, os governos re-agem, agem DEPOIS do povo
ou das elites. São governos DE RESPOSTA e não de perguntas. Respondem quando há
inquietações. Respondem aos pleitos que inauguraram a modernidade, ainda, ao
que era requerido antes de 1789: hospitais, escolas, pontes, estradas, todas as
trivialidades.
Esperaríamos que
estivessem buscando o futuro e não o passado, que estivessem fazendo o de
depois e não o de antes. Para onde iremos, dado que o passado está morrendo? O
presente é essa frágil linha na qual atravessamos o abismo do passado ao
futuro. Se através dos tributos pagamos no dizer popular “uma baba” ao
consórcio governamental, porque não temos lá gente empenhada nas buscas mais
intensas de alternativas?
Os governantes
deveriam estar se perguntando: “o que devemos fazer para propiciar novas linhas
de vida e realização? ” Como inventar novidades? O que trazer do mundo? Seis
bilhões de indivíduos, um e meio bilhão de famílias, centenas de milhões de
grupos, centenas de milhões de empresas, vários milhões de bairros e distritos,
centenas de milhares de municípios/cidades, milhares de estados e províncias,
220 nações no mundo fazem muita coisa, todo o tempo, e eu nunca vi, nem soube
de governantes do Executivo, de políticos do Legislativo e de juizes do
Judiciário empenhados em mostrar as possibilidades ao provo e às elites
brasileiras. Assentam suas bundas gordas nas cadeiras em salas refrigeradas e
continuam nas comodidades, repetindo o passado e levando-nos com isso às crises,
que essencialmente advém da falta de inovações.
Vitória,
quarta-feira, 05 de março de 2003.
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