O Tesouro de
Quetzalcoatl
Na Enciclopédia Conhecer, São Paulo, Abril
Cultural, 1967 (sobre original italiano de 1967, sinal de que foi considerada
muito interessante, e é, de fato), volume IV, p. 800, diz-se:
“A mitologia asteca
tem uma explicação bem mais poética para o abandono de Tula. Consta que era
governada por Quetzalcoatl,
que possuía em seu palácio todas as riquezas do mundo; do reino de
Tula surgiram todos os deuses, seres, meios de sustento e riquezas da terra;
desde o milho até o herói Quetzalcoatl, que era filho do deus dos céus Mixcoatl
(‘serpente das nuvens’) e da deusa da terra Chimalman (‘escudo inclinado’), e
viveu 52 anos, de 947 a 999”, negrito e colorido meus. Quetzalcoatl era a
“serpente emplumada”.
Os arqueólogos e
antropólogos tendem a tomar essas afirmações como mitológicas, falseadas da
realidade, o que nos levar a zero de descobertas, ao passo que se as tomássemos
como verdadeiras haveria UMA CHANCE, mesmo que mínima, de descobrirmos tais
espantosos tesouros = RECURSOS = DINHEIRO, etc., na Rede Cognata.
Por outra, duas
opções: 1) se não acreditarmos nada
descobriremos; 2) se acreditarmos a
coisa toda pode estar lá. Então, eu penso, a posição otimista é melhor, mesmo
que gaste dinheiro em troca de nada, porque pela posição pessimista nem temos
universo, sobre a argumentação de que as criaturas do Criador errarão e
chegarão a becos sem saída ou apenas repetirão o já descoberto.
Assim, proponho essa
nova arqueologia, que já era a dos alemães Schliemann (1822 a 1890, 68 anos entre
datas) e Dörpfeld (1853 a 1940, 87 anos entre datas), os descobridores de Tróia
(escavada de 1882 a 1890), em nove camadas sucessivas, onde hoje está a aldeia
turca de Hissarlik, antiga Pérgamo. Foram guiados por suas crenças na
veracidade das lendas, dirigiram-se ao lugar que elas indicaram e descobriram.
Tivessem permanecido
descrentes e até hoje acreditaríamos que Tróia não passava de uma lenda.
Do mesmo modo com os
tesouros. É difícil acreditar que alguém, sob ameaça de invasão e roubo,
deixaria tudo, todas aquelas belezas lindamente lavradas, toda a arte de
gerações perecer nas mãos dos bobocas, dos levianos, dos criminosos que
derretem as peças. Algo se perdeu, efetivamente, mas devemos acreditar que as
poucas peças recuperadas pela arqueologia descrente sejam todas as
não-derretidas que já estiveram em poder de alguém? Será que as pessoas deixam
muitas peças valiosas para trás? Você deixaria seus objetos mais amados, em
qualquer fuga? Realmente o que se leva é aquilo de que gostamos mais, e os seres
humanos gostam mais de ouro, pedras preciosas, prata, platina, objetos
finamente modelados e o resto, até bonecas de pano. Assim, sendo, é razoável
esperar que o tesouro de Quetzalcoatl, o suposto deus branco e barbudo, esteja
alhures em algum lugar, nessa Tula mencionada, ou no lugar para onde ele foi,
junto aos maias.
Resta procurá-lo e
encontrá-lo, evidentemente com a anuência de seus presumidos guardadores, se
algum grupo foi encarregado secretamente de tal, ou através de indicações
lendárias e mitológicas, tecnocientificamente estudadas, com detida ponderação,
com uma grade de quesitos excluidores das trivialidades, com controle das
dotações orçamentárias, com direção (e sentido) de uma grande universidade, com
pesquisadores renomados, mas audaciosos (o que é difícil de combinar). Uma
coisa dessas não tem preço, não só pelo montante em ouro, que deve ser grande,
mas principalmente em razão do que aprenderemos sobre a civilização tolteca.
Vitória, domingo, 13
de abril de 2003.
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