O Papel das Cidades
Cosmopolitas
A Grande Vitória
engloba Vitória, Serra, Cariacica, Vila Velha, Viana e agora Guarapari e
Fundão, tendo em torno do 1,3 milhão de habitantes, dos 3,2 milhões do estado,
41 % do total.
Não é grande coisa
num mundo de seis bilhões de habitantes (apenas pouco mais de 0,02 % ou de 1/5.000
do mundo), mas tem a particularidade de ser cosmopolita, o que não é pouco,
ainda que universalismo provinciano, uma contradição em termos que frisa o fato
de que, estando aberta em todos os sentidos e direções, a GV ainda é
provinciana, periférica, atrasada, até retardada, tendo em vista a
incompetência de suas elites em produzir qualquer coisa nova e brilhante.
Aberta por mar a
navios em vários portos (da Aracruz Celulose em Aracruz; da CVRD e da CST na
Ponta de Tubarão, entre Serra e Vitória; de Vitória, no centro da cidade; de
Vila Velha, do outro lado da baía; da Samarco em Ubu, Anchieta, sul do estado),
por ar através do Aeroporto de Vitória, que está a ponto de se tornar
internacional com as novas obras, por terra (rodovias e ferrovias), pela
infovia da superestrada informacional da Internet através de bandas largas de
fibra ótica e por satélite, às TV’s abertas e fechadas via transmissão e
satélites, a grande cidade está em condição favorável, diante do influxo
constante de dados e de produtos.
Ora, há que
fertilizar as regiões interioranas. Antes dessa dominância exercida pela GV, as
cidades e os municípios do interior do ES eram o interior do interior, a
periferia da periferia, daí se podendo ver a necessidade extrema de
potencializar as regiões metropolitanas como cosmopolitas, cidades abertas ao
universo, exercendo esse papel disseminar e fertilizador, produtivo, criativo,
inventivo.
Com a necessidade
urgente de globalização, os poderes internacionais devem rever sua visão
distinta, separada, especial, das regiões cosmopolitas e cosmopolizantes. Devem
proceder a estudos nas repartições governamentais e nas instituições
acadêmicas, promovendo debates contínuos sobre o uso de tais regiões como
vetores de incitamento da planificação planetária, criando mesmo uma mídia
mundial que se encarregue de produzir e difundir programas até elas, que podem
ser, no mundo inteiro, no máximo umas mil, contando que existam em torno de 200
nações.
Acontece que não
vejo ninguém fazendo isso.
Não só ninguém tem
políticadministração especial para as regiões cosmopolitas como sequer há
estudos sobre elas, tamanho é o atraso deste mundo.
Vitória,
segunda-feira, 28 de abril de 2003.
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