quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017


O Papel das Cidades Cosmopolitas

 

                            A Grande Vitória engloba Vitória, Serra, Cariacica, Vila Velha, Viana e agora Guarapari e Fundão, tendo em torno do 1,3 milhão de habitantes, dos 3,2 milhões do estado, 41 % do total.

                            Não é grande coisa num mundo de seis bilhões de habitantes (apenas pouco mais de 0,02 % ou de 1/5.000 do mundo), mas tem a particularidade de ser cosmopolita, o que não é pouco, ainda que universalismo provinciano, uma contradição em termos que frisa o fato de que, estando aberta em todos os sentidos e direções, a GV ainda é provinciana, periférica, atrasada, até retardada, tendo em vista a incompetência de suas elites em produzir qualquer coisa nova e brilhante.

                            Aberta por mar a navios em vários portos (da Aracruz Celulose em Aracruz; da CVRD e da CST na Ponta de Tubarão, entre Serra e Vitória; de Vitória, no centro da cidade; de Vila Velha, do outro lado da baía; da Samarco em Ubu, Anchieta, sul do estado), por ar através do Aeroporto de Vitória, que está a ponto de se tornar internacional com as novas obras, por terra (rodovias e ferrovias), pela infovia da superestrada informacional da Internet através de bandas largas de fibra ótica e por satélite, às TV’s abertas e fechadas via transmissão e satélites, a grande cidade está em condição favorável, diante do influxo constante de dados e de produtos.

                            Ora, há que fertilizar as regiões interioranas. Antes dessa dominância exercida pela GV, as cidades e os municípios do interior do ES eram o interior do interior, a periferia da periferia, daí se podendo ver a necessidade extrema de potencializar as regiões metropolitanas como cosmopolitas, cidades abertas ao universo, exercendo esse papel disseminar e fertilizador, produtivo, criativo, inventivo.

                            Com a necessidade urgente de globalização, os poderes internacionais devem rever sua visão distinta, separada, especial, das regiões cosmopolitas e cosmopolizantes. Devem proceder a estudos nas repartições governamentais e nas instituições acadêmicas, promovendo debates contínuos sobre o uso de tais regiões como vetores de incitamento da planificação planetária, criando mesmo uma mídia mundial que se encarregue de produzir e difundir programas até elas, que podem ser, no mundo inteiro, no máximo umas mil, contando que existam em torno de 200 nações.

                            Acontece que não vejo ninguém fazendo isso.

                            Não só ninguém tem políticadministração especial para as regiões cosmopolitas como sequer há estudos sobre elas, tamanho é o atraso deste mundo.

                            Vitória, segunda-feira, 28 de abril de 2003.

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