O Dia de 16 Horas
Naturalmente o dia tem
em torno de 24 horas, o que está marcado nos relógios, mas nós devemos rever
isso.
Os espaçotempos do
Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia,
Ciência/Técnica e Matemática) geral, todos diferentes, foram asfixiados
pela pretendida dominância tecnocientífica, coincidindo tragicamente com o de
24 horas da pontescada tecnocientífica, da pontescada científica (ET
físico-químico, ET biológico/p.2, ET psicológico/p.3, ET informacional/p.4, ET cosmológico/p.5
e ET dialógico/p.6), em particular o primeiro, o espaçotempo físico-químico,
que é dominante.
Acontece que nosso tempo
é psicológico/p.3, ele não tem 24 horas, pois dormimos oito horas por dia (os
bebês mais, 12, os velhos menos, 6 ou 4). Depois, o TEMPO PSICOLÓGICO não corre
do mesmo modo para todos, de modo que deveríamos rever o TΨ, tempo psicológico.
Ninguém colocou ainda qualquer mídia que nos ensine a administrar o tempo, para
cumprimento das tarefas, para estudar aquilo que, como já comentei, é o tempo
certo de cada coisa, como dizia minha mãe: “tudo tem seu tempo certo”. Qual é o
tempo certo de cada coisa? Em primeiro lugar não sabemos, mas já sabemos que é
somente 16/24 = 67 % do que dizem ser. Também há um tempo para alimentação,
para escovar os dentes, para defecar e urinar, para tomar banho, para fazer as
unhas, para cortar o cabelo, para as mulheres pinturas e outros tratamentos,
vestir e calçar: coloquemos aí três horas por dia, sobram (16-3) /24 = 54%. Das
13 x 7 = 91 horas semanais tiremos ainda duas horas de transporte por dia ao
trabalho, 5 x 2 = 10, ficamos com 81 horas; oito horas de trabalho por dia, 8 x
5 = 40, restam 41, que divididos por 7 nos dará menos de seis horas em média por
dia para sermos nós mesmos, em nossa humanidade DE VIGÍLIA.
Então, NOSSOS dias têm
no máximo seis horas, e não 24; ninguém nos ensinou a aproveitá-las, pois por errada
suposição qualquer um deve saber como proceder melhor. Se a coletividade
pretende nos ensinar tudo a respeito de aprendizado do trabalho, quer dizer, do
aproveitamento de nós pelos outros, como é que não nos ensina o aprendizado do
lazer, o aproveitamento de nós por nós mesmos?
Em resumo, temos 6/24,
¼, 25 % do tempo para nós mesmos.
Isso quer dizer que uma
pessoa de 80 anos viveu em vigília apenas 20 anos para si mesma, não
coletivamente. Onde está o tal mundo individualista de que tanto falam?
Vitória, segunda-feira,
07 de abril de 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário