sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017


O Assassinato do Meu Irmão

 

                            Na noite de 31 de outubro de 2002 meu irmão mais velho foi assassinado com quatro tiros por dois bandidos numa moto. Como sempre os covardes estavam com capacete, assassinos contratados. Foi enterrado em primeiro de novembro de 2002. Em 24 de janeiro de 2003 minha mãe morreu, de desgosto da coisa.

                            E assim eu vejo este triste, terrorista país, submetido ao jugo dos maus, dos perversos, dos ruins de alma.

                            Ficamos entalados entre engolir em seco, em obediência a esses disseminados valores cristãos (nem sou religioso, embora tenha deixado de ser ateu, como permaneci por 25 anos, dos 18 aos 43 – veja o artigo Uma Chance no Infinito, no Livro 23), porque enquanto viva minha mãe aconselhou e eu gostava demais dela, e a vontade de assassinar a família inteira do criminoso, do pai e da mãe até os netos e parentes todos, começando uma vendeta à italiana. E assim estão todos os que foram violentados, sujeitos ao chamado do demônio, que deseja a propagação do mal, criando uma cadeia de conseqüências.

                            Acho que a única saída é fazer como disse Jesus: dar a outra face para romper na gente o círculo do Mal. Bate de um lado, bate do outro, as duas flechas se anulam. Nos recusarmos a participar da farsa demoníaca. E nos juntarmos todos os que se recusam para dar um basta a toda essa canalhice e impunidade.

                            Vitória, domingo, 02 de março de 2003.

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