O Assassinato do Meu
Irmão
Na noite de 31 de
outubro de 2002 meu irmão mais velho foi assassinado com quatro tiros por dois
bandidos numa moto. Como sempre os covardes estavam com capacete, assassinos
contratados. Foi enterrado em primeiro de novembro de 2002. Em 24 de janeiro de
2003 minha mãe morreu, de desgosto da coisa.
E assim eu vejo este
triste, terrorista país, submetido ao jugo dos maus, dos perversos, dos ruins
de alma.
Ficamos entalados
entre engolir em seco, em obediência a esses disseminados valores cristãos (nem
sou religioso, embora tenha deixado de ser ateu, como permaneci por 25 anos,
dos 18 aos 43 – veja o artigo Uma Chance
no Infinito, no Livro 23), porque enquanto viva minha mãe aconselhou e eu
gostava demais dela, e a vontade de assassinar a família inteira do criminoso,
do pai e da mãe até os netos e parentes todos, começando uma vendeta à
italiana. E assim estão todos os que foram violentados, sujeitos ao chamado do
demônio, que deseja a propagação do mal, criando uma cadeia de conseqüências.
Acho que a única
saída é fazer como disse Jesus: dar a outra face para romper na gente o círculo
do Mal. Bate de um lado, bate do outro, as duas flechas se anulam. Nos
recusarmos a participar da farsa demoníaca. E nos juntarmos todos os que se
recusam para dar um basta a toda essa canalhice e impunidade.
Vitória, domingo, 02
de março de 2003.
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