Lahore
Veja no Conhecer já citado, X, p. 2.057:
“Na época da divisão
do país, a maior cidade do Paquistão era Lahore (região ocidental), com cerca
de 850 mil habitantes”.
Essa divisão de que
ele fala não é a de Bangladesh em relação ao Paquistão, mas do conjunto em
relação à Índia, pois a enciclopédia é de 1967. Depois da independência da
Índia em relação à Grã-Bretanha em 1948, no mesmo ano estalou uma guerra entre
Índia e Paquistão, que então constituíam o mesmo país, por conta das
rivalidades entre hindus e muçulmanos, havendo depois dois países (depois o
Paquistão rebentou novamente em dois).
Como já mostrei no
artigo deste Livro 31, O Crescimento
Paquistanês, a explosão populacional foi tremenda por lá.
Não se trata da
mesma abordagem agoraqui.
AS MAIORES CIDADES DO PAQUISTÃO
(2001)
CIDADE
|
HABITANTES
(em milhares)
|
Karashi (aglom.)
|
10.119
|
Karashi
|
9.270
|
Lahore
|
5.063
|
Faisalabad
|
1.997
|
Rawalpindi
|
1.406
|
Multan
|
1.182
|
Hyderabad
|
1.151
|
Islamabad
|
525
|
Karashi tinha em
1967 dois milhões de habitantes, ao passo que agora já chega aos dez. Lahore
tinha 850 mil e agora possui 5.000 mil, aumentou 4.150 mil, crescimento de 5,35
% ao ano. A continuar assim (o que podemos presumir, porque diferentemente dos
governos ocidentais os dos países árabes querem a todo custo, como forma de
ultrapassar o Ocidente, o aumento do contingente populacional) em mais 34 anos
a população da cidade chegará perto dos 30 milhões e a do aglomerado de Karashi
perto dos 60 milhões.
O que desejo colocar
aqui não é a preocupação com a política interna do Paquistão, nem a loucura dos
países árabes, que não é essa, é a distância crescente entre as elites e o
povo.
Coloco esta questão:
o que tem sido, como experiência nova para a humanidade, esse disparado e
disparatado crescimento populacional urbano e superurbano? Como é que se deu
esse crescimento, em termos de respostas e ausência delas? Como os sete níveis
(povo, lideranças, políticos, pesquisadores, estadistas, santos e sábios e
iluminados – estes, através dos ensinamentos que deixaram) reagiram a essa
multiplicação? Que lições podemos tirar dos estudos comparados sobre as
competências e incompetências de cada um desses níveis em lidar com as tarefas?
Em que patamares colocaríamos essas respostas, de um a cem, de 1 a 100 %, até
50 baixas qualidades e acima de 50 % cada vez mais eficientes? Como podemos
modelar em computador a expansão dessas cidades e o modo como elas engolem os
recursos das redondezas? Sendo, como são, corpomentes psicológicos/p.3 em
crescimento, como predam o ambiente em torno delas?
Para fazer um
paralelo, pensemos o que seria nós multiplicarmos nosso corpomente por 5,88,
como Lahore fez. Como caberíamos no ambiente? O que Lahore dá em troca aos
municípios/cidades, aos estados ou províncias, ao país e ao mundo? Em vez de
1,71 metro eu teria 10,05 metros; ou uma criança de 0,50 m passar a 2,94 m, e,
pior ainda, depois a 17,29 m (em 2035).
Preocupante não é
propriamente o crescimento populacional do mundo e sim o das cidades, porque
estas são a fonte de muito bem e de muito mal. Se elas se desgarrarem
definitivamente da vida campestre valores demais de nosso passado podem ser
perdidos para sempre, e ninguém, fora os tolos, quer isso.
Que se façam os
congressos para estudar a questão.
Vitória, sábado, 17
de maio de 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário