Inelasticidade
Governamental
Se há algo que marca
TODOS os governos é a falta de elasticidade e de pronta resposta. Os governos
NÃO SÃO, por natureza, revolucionários: eles hesitam, titubeiam, vacilam,
balançam, mas não seguem em frente, mormente com a rapidez desejada.
Veja, os governos
poderiam facilmente dividir-se em 75 % de permanência e 25 % de renovação, ou
50/50, como seria o mais desejável, entre a continuidade, o passado, e a
reinvenção do presente que vai se tornar passado, o futuro. Porque, é patente
isso, o hoje de agoraqui está vivo, mas o hoje que se tornou ontem começou a
morrer. É preciso reinventar, o que equivale a dar novas respostas a novos
problemas, continuamente.
Todavia, o que
vemos?
Os governos não
inventam, não fazem nada de novo, eles não vão buscar os problemas para
resolvê-los, esperam até que acumulem a ponto de ruptura, até o clamor se
tornar tão alto que a mídia vá atrás e o exponha gritantemente aos ouvidos a
partir daí sensibilizados da grande massa; e nisso os problemas já se tornaram
tão grandes que é muito difícil resolvê-los sem gasto de grandes quantidades de
dinheiro.
Além disso, os
governos deveriam ESTAR ESTIMULANDO o nascimento de idéias, de sensações, de
novidades que capturassem as imaginações e as razões das pessoas. Para tal
deveriam chamar os revolucionários, em lugar de se oporem a eles. Primeiro,
porque eles já não seriam oposição demandante de verbas duras, militares e
policiais de um modo geral. Segundo, porque SERIAM SOLUÇÃO, isto é, uma
quantidade de novas linhas de desenvolvimento e progresso. Solução para si,
para os governos, para as empresas, para as pessoas outras, para os ambientes
todos. Muitas patentes, muitos cruzamentos de idéias, fertilização, explosão
supersônica de humores e de amores.
Como eu já disse
tantas vezes, fico estarrecido com a falta de visão de governantes, deputados e
juizes.
E se, de tudo eles
tiverem medo, que deixem entrar apenas 25 % de revolução contra a barreira de
75 % de evolução, ou seja, de conservação e conservadorismo. Tal corresponderia
a criar departamentos, secretarias, ministérios para essa nova inventividade.
Vitória,
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário