sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017


Inelasticidade Governamental

 

                            Se há algo que marca TODOS os governos é a falta de elasticidade e de pronta resposta. Os governos NÃO SÃO, por natureza, revolucionários: eles hesitam, titubeiam, vacilam, balançam, mas não seguem em frente, mormente com a rapidez desejada.

                            Veja, os governos poderiam facilmente dividir-se em 75 % de permanência e 25 % de renovação, ou 50/50, como seria o mais desejável, entre a continuidade, o passado, e a reinvenção do presente que vai se tornar passado, o futuro. Porque, é patente isso, o hoje de agoraqui está vivo, mas o hoje que se tornou ontem começou a morrer. É preciso reinventar, o que equivale a dar novas respostas a novos problemas, continuamente.

                            Todavia, o que vemos?

                            Os governos não inventam, não fazem nada de novo, eles não vão buscar os problemas para resolvê-los, esperam até que acumulem a ponto de ruptura, até o clamor se tornar tão alto que a mídia vá atrás e o exponha gritantemente aos ouvidos a partir daí sensibilizados da grande massa; e nisso os problemas já se tornaram tão grandes que é muito difícil resolvê-los sem gasto de grandes quantidades de dinheiro.

                            Além disso, os governos deveriam ESTAR ESTIMULANDO o nascimento de idéias, de sensações, de novidades que capturassem as imaginações e as razões das pessoas. Para tal deveriam chamar os revolucionários, em lugar de se oporem a eles. Primeiro, porque eles já não seriam oposição demandante de verbas duras, militares e policiais de um modo geral. Segundo, porque SERIAM SOLUÇÃO, isto é, uma quantidade de novas linhas de desenvolvimento e progresso. Solução para si, para os governos, para as empresas, para as pessoas outras, para os ambientes todos. Muitas patentes, muitos cruzamentos de idéias, fertilização, explosão supersônica de humores e de amores.

                            Como eu já disse tantas vezes, fico estarrecido com a falta de visão de governantes, deputados e juizes.

                            E se, de tudo eles tiverem medo, que deixem entrar apenas 25 % de revolução contra a barreira de 75 % de evolução, ou seja, de conservação e conservadorismo. Tal corresponderia a criar departamentos, secretarias, ministérios para essa nova inventividade.

                            Vitória, quarta-feira, 26 de fevereiro de 2003.

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