terça-feira, 7 de fevereiro de 2017


Formidéia na Arquiengenharia

 

                            É como chamei no modelo: formidéia, formestrutura, palavrimagem, conceitimagem, como você preferir, sugerindo a reunião dos pares polares opostos/complementares pelo centro. Arquiengenharia é a reunião de arquitetura e da engenharia.

                            Veja o Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral, nele a pontescada tecnocientífica, dividida em: 1) pontescada científica (Física/Química, Biologia/p.2, Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5, Dialógica/p.6), 2) pontescada técnica (Engenharia/X1, Medicina/X2, Psiquiatria/X3, Cibernética/X4, Astronomia/X5, Discursiva/X6). Nele a Engenharia (em maiúscula conjunto ou família ou grupo de engenharias) é a contraparte baixa da Física. Na Magia/Arte existe uma pontescada equivalente, na qual a Arquitetura seria a contraparte baixa, artística, da física mágica. Ela trata dos espaços das configurações ou das configurações dos espaços, das perspectivas (em amplo sentido) das formas, enquanto a Engenharia cuida dos tempos, das circulações, das relações dos sujeitos com os objetos, isto é, DA IDÉIA DE CIRCULAÇÃO.

                            Na Psicologia (figuras ou psicanálises, objetivos ou psico-sínteses, produções ou economias, organizações ou sociologias, espaçotempos ou geo-histórias), como já disse no modelo, a A/E trataria dos espaçotempos ou tempespaços que estão no centro das almas humanas. Teríamos A/E PESSOAIS (para indivíduos, para famílias, para grupos, para empresas) e AMBIENTAIS (em e para municípios/cidades, em e para estados, em e para nações, em e para o mundo).

                            Então, sobre serem Arquitetura e Engenharia contrapartes tecnartísticas da Magia e da Ciência, a arquiengenharia É PSICOLOGIA – ela trata das almas humanas, curando-as de doenças ou adoecendo-as, estabilizando-as e equilibrando-as ou desestabilizando-as e desequilibrando-as, quer dizer, obtendo rendimento máximo ou mínimo para a construção geral. Ela trata das almas, das psiques, dos sentimentos e das razões.

                            À idéia da Engenharia, que sustenta do interior (de preferência em minimax, obtendo o máximo de segurança com o mínimo de gasto) as possibilidades expressivas do exterior, se une a forma da Arquitetura, que deseja obter o máximo de plasticidade ou sentimento de adequação e pertinência, de fluidez em meio aos demais elementos do processobjeto geral.

                            A pergunta, então, se torna esta: como pensimaginar a reunião das formas mais belas com os conteúdos mais consistentes?

                            Dependemos da re-formalização, o ato permanente de re-formalizar da Arquitetura, e da trans-formação, o ato permanente de ir além-da-forma, penetrar os conteúdos, da Engenharia. Tal frutuosa reunião, passando por amplas exigências de mudanças externas e internas em ambas as disciplinas, contribui para a aproximação dos modos altos, mágico e científico, que são seus parentes gnosiológicos.

                            E passa por estas perguntas: a) como é que a pretensão arquitetônica de obter as melhores formas pode conseguir as mais amplas permissões da Engenharia sem descuidar da necessidade ou contenção interna?; e b) como, em contrapartida, pode o imperativo estrutural vivenciar uma nova liberdade, nova expectativa estética, sem descuidar das limitações legais e principalmente do amor ao próximo?

                            A proposta da nova formidéia é a de uma nova livre-necessidade, de uma nova livre-disciplina, é uma opção de melhor acordo, que não apenas sugere as superações, pois sem elas, como iniciativas de ambas as partes, o encontro não se faria, como, especialmente, traga o fermento revigorante das revoluções, das rediscussões dos pressupostos, dos programas, dos paradigmas vigentes, em geral antipopulares. É a de, sem acabar com as disciplinas e o ensino separado delas, propor o conectivo como agente que sirva a ambos os modos distintos, isto é, uma ESCOLA DA ARQUIENGENHEIROS que sirva de mediador do par polar oposto/complementar, ou seja, sugerir o surgimento de um terceiro motor ou modelo operacional como vetor socioeconômico e políticadministrativo ou governempresarial de reposicionamento nacional brasileiro e local capixaba no concerto mundial das potências, adicionalmente como elemento libertador daqueles que estão mais recuados no desenvolvimento humano.

                            Essa é a difícil proposta, não só de ultrapassamento do atual impasse da separação, mas de aguda projeção no âmbito do Conhecimento total.

                            Vitória, terça-feira, 18 de março de 2003.

Nenhum comentário:

Postar um comentário