Financiando os
Competidores
Na expectativa de que
venhamos a colocar mesmo algum negócio, ou vários deles, é preciso desde logo
desfazer a impressão e mais ainda aconselhar a não iniciar as ações de
represamento de competidores, como meu irmão mais velho, JAG, tentou fazer com
o posto de gasolina e serviços dos Pianna em Linhares, ES, com os custos
daninhos de: 1) atrair a raiva deles por tentar obstar sem sucesso a
implantação do PGS em Brasília; 2) focar na atividade deles nossa atenção, com
desvio de nossa energia, que deveria ter sido dirigida ao nosso próprio
crescimento, 3) a consciência de estar procedendo erradamente, 4) outras.
Pelo contrário, os
competidores são bons por vários motivos.
O FAVOR DA COMPETIÇÃO
·
Não
nos deixam adormecer, mantendo-nos sempre ativos;
·
Evitam
que caiamos na repetição das fórmulas, nas comodidades, no já-ganhou;
·
A
atividade leva à inventividade, à criatividade, à renovação interna do
potencial competitivo, ou seja, à transformação do potencial de realizar na
realização mesmo;
·
Havendo
novas criações, um leque de possibilidades se abre nas regiões de toque ou de
contato com o coletivo de produçãorganização (P/0);
·
Ninguém
investe nos perdedores nem nos que ficam parados, esperando as maçãs caírem da
árvore dentro do cesto (a colheita se torna escassa, nas condições do acaso,
sem necessidade ativa);
·
Como
o coletivo de P/O é predador ele tende a mirar as empresas carnudas, isto é,
aquelas que tenham substância criativa e produtivorganizativa;
·
Muitos
outros motivos, não vale a pena listar todos, vá pensar.
Em vez de obstaculizar, de procurar
colocar em volta do crescimento alheio um cinturão de isolamento ou contenção
ou represamento, gastando com isso nossa energia, é preferível INVESTIR
FIRMEMENTE no competidor, até porque ele pode ser mais eficiente e
produtivorganizativo que nós. Assim sendo, metade de nossas rendas totais deve
ser investida em nosso próprio crescimento e metade no crescimento alheio,
constituindo-se internamente um escritório criterioso para identificar os
competidores mais promissores, mais dinâmicos, de maior retorno, investindo-se
neles aberta ou veladamente.
Ainda mais: as nossas patentes devem
ser o máximo possível abertas, guardando-se alguma informação vital, de modo
que mais gente possa se juntar na avenida aberta para pensar e intuir novos
conteúdos e formas, digamos no BARBADOR, com novas investigações rendendo novas
patentes, mesmo se substituírem as nossas (porque nós seremos sócios das
novidades). De maneira alguma podemos ou devemos nos furtar a apostar nos
competidores, distribuindo um pouco do dinheiro em cada cavalo, para diminuir
as perdas em caso de nosso fracasso.
Em resumo: não somos só
nós que temos idéias, nem sequer as melhores, o mundo já existia bem antes. Não
compreender isso, ou seja, que devemos ir em parte pela média e só na outra
metade pelos mais adiantados é pretender em algum momento o fracasso, porque o
primeiro ensinamento do mundo é que as retas levam inevitavelmente aos
precipícios ou aos oceanos, em todo caso à morte. Nem tanto ortodoxia nem tanta
heterodoxia.
O velho conselho de não
colocar os ovos todos no mesmo cesto ou gosto, mesmo se gosto por nós, como,
diz-se, seria natural.
Vitória, sábado, 12 de
abril de 2003.
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