sábado, 11 de fevereiro de 2017


Financiando os Competidores

 

                        Na expectativa de que venhamos a colocar mesmo algum negócio, ou vários deles, é preciso desde logo desfazer a impressão e mais ainda aconselhar a não iniciar as ações de represamento de competidores, como meu irmão mais velho, JAG, tentou fazer com o posto de gasolina e serviços dos Pianna em Linhares, ES, com os custos daninhos de: 1) atrair a raiva deles por tentar obstar sem sucesso a implantação do PGS em Brasília; 2) focar na atividade deles nossa atenção, com desvio de nossa energia, que deveria ter sido dirigida ao nosso próprio crescimento, 3) a consciência de estar procedendo erradamente, 4) outras.

                        Pelo contrário, os competidores são bons por vários motivos.

                        O FAVOR DA COMPETIÇÃO

·         Não nos deixam adormecer, mantendo-nos sempre ativos;

·         Evitam que caiamos na repetição das fórmulas, nas comodidades, no já-ganhou;

·         A atividade leva à inventividade, à criatividade, à renovação interna do potencial competitivo, ou seja, à transformação do potencial de realizar na realização mesmo;

·         Havendo novas criações, um leque de possibilidades se abre nas regiões de toque ou de contato com o coletivo de produçãorganização (P/0);

·         Ninguém investe nos perdedores nem nos que ficam parados, esperando as maçãs caírem da árvore dentro do cesto (a colheita se torna escassa, nas condições do acaso, sem necessidade ativa);

·         Como o coletivo de P/O é predador ele tende a mirar as empresas carnudas, isto é, aquelas que tenham substância criativa e produtivorganizativa;

·         Muitos outros motivos, não vale a pena listar todos, vá pensar.

Em vez de obstaculizar, de procurar colocar em volta do crescimento alheio um cinturão de isolamento ou contenção ou represamento, gastando com isso nossa energia, é preferível INVESTIR FIRMEMENTE no competidor, até porque ele pode ser mais eficiente e produtivorganizativo que nós. Assim sendo, metade de nossas rendas totais deve ser investida em nosso próprio crescimento e metade no crescimento alheio, constituindo-se internamente um escritório criterioso para identificar os competidores mais promissores, mais dinâmicos, de maior retorno, investindo-se neles aberta ou veladamente.

Ainda mais: as nossas patentes devem ser o máximo possível abertas, guardando-se alguma informação vital, de modo que mais gente possa se juntar na avenida aberta para pensar e intuir novos conteúdos e formas, digamos no BARBADOR, com novas investigações rendendo novas patentes, mesmo se substituírem as nossas (porque nós seremos sócios das novidades). De maneira alguma podemos ou devemos nos furtar a apostar nos competidores, distribuindo um pouco do dinheiro em cada cavalo, para diminuir as perdas em caso de nosso fracasso.

                        Em resumo: não somos só nós que temos idéias, nem sequer as melhores, o mundo já existia bem antes. Não compreender isso, ou seja, que devemos ir em parte pela média e só na outra metade pelos mais adiantados é pretender em algum momento o fracasso, porque o primeiro ensinamento do mundo é que as retas levam inevitavelmente aos precipícios ou aos oceanos, em todo caso à morte. Nem tanto ortodoxia nem tanta heterodoxia.

                        O velho conselho de não colocar os ovos todos no mesmo cesto ou gosto, mesmo se gosto por nós, como, diz-se, seria natural.

                        Vitória, sábado, 12 de abril de 2003.

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