sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017


Entre Uns e Outros

 

                            O Wagner Luís Fafá Borges, diretor do CENDI (Clube dos Inventores do ES), presidente do www.Inventar.com.br, está promovendo a sexta Feira de Inventos em Vitória.

                            Saiu n’A Tribuna de hoje informações sobre um certo Dionício, que inventou uma máquina de fazer tijolos ecológicos; tal processo já existia em 1975, quando gravitávamos em torno deste e de outros assuntos na UFES, no processo que estava então surgindo do SOLO-CIMENTO, misturando simplesmente solo e cimento.

                            De qualquer forma ele aprimorou o processo, não sendo mais necessário procurar minas de argila para tirar o raríssimo barro (tanto assim que são minas protegidas) para fazer tijolos e lajotas. Em todo e qualquer lugar que se esteja pode-se fazer, a um preço naturalmente muito menor, dependendo a máquina que, esta, será cara, naturalmente (evidente que ele é capitalista, preza esses valores, e espera enriquecer).

                            Entrementes, a Prefeitura Municipal de Afonso Cláudio, na região serrana do ES, divisa com Minas Gerais, pode comprar a máquina e ceder horas aos pobres e miseráveis ou aos agricultores e pecuaristas, facilitando em muito as construções, barateando-as tremendamente.

                            Ou pode deslocá-la para as regiões próximas e começar a fazer milhares de tijolos por hora (tipicamente a que está mais adiantada faz agora 12 mil/hora). Sendo necessários 45/m2, pode-se fazer 267 m2/hora de parede, um terreno de Linhares tendo em geral 15 x 30 = 450 m2, nos outros lugares em geral 12 x 20 = 240 m2, uma casa inteira em apenas uma hora. Se considerarmos oito horas de trabalho por dia, tirando sábados e domingos, 2 x 52 = 104 dias, mais dez dias feriados, 114 dias, sobram 365 – 115 = 250, x 8 = 2.000 horas e outro tanto de casas. Em seis anos todo o déficit habitacional de AC/ES estaria zerado. Com 30 mil habitantes, a divisão clássica de 30 % de miseráveis e 50 % de pobres, 80 % dão 24 mil habitantes, com famílias de quatro pessoas, seis mil famílias ou luzes, como se dizia antigamente, seis mil divididos por dois mil, seis anos.

                            Não é preciso buscar minas de argila, nem processos complicados: compra-se a máquina, instala-se junto a fonte de energia, se pega terra em qualquer sítio, coloca-se junto o cimento e está pronto.

                            Por comparação veja esses intelectuais, digamos professores de universidades ou certos “filósofos” repetidores como as estações repetidoras de TV. A esse Dionício não queriam deixar ir representar o ES, porque é analfabeto, ao passo que foi e ganhou o primeiro prêmio, como é justo e necessário.

                            E outros, tão inúteis são os intelectuais, que só sabem reclamar sem nada de útil fazer, arrotando sempre de suas supostas alturas, esses que denigrem a imagem do inventor, que fazem eles?

                            Os inventores têm essa utilidade notável, de produzirem coisas que são imediatamente usáveis pela humanidade em geral, pelos brasileiros, pelos capixabas. E os intelectuais?

                            Entre os inventores iletrados e os intelectuais carcamanos vou sempre preferir os primeiros. De longe.

                            Vitória, quarta-feira, 14 de maio de 2003.

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