Entre Uns e Outros
O Wagner Luís Fafá
Borges, diretor do CENDI (Clube dos Inventores do ES), presidente do www.Inventar.com.br, está promovendo a
sexta Feira de Inventos em Vitória.
Saiu n’A Tribuna de
hoje informações sobre um certo Dionício, que inventou uma máquina de fazer
tijolos ecológicos; tal processo já existia em 1975, quando gravitávamos em
torno deste e de outros assuntos na UFES, no processo que estava então surgindo
do SOLO-CIMENTO, misturando simplesmente solo e cimento.
De qualquer forma
ele aprimorou o processo, não sendo mais necessário procurar minas de argila
para tirar o raríssimo barro (tanto assim que são minas protegidas) para fazer
tijolos e lajotas. Em todo e qualquer lugar que se esteja pode-se fazer, a um
preço naturalmente muito menor, dependendo a máquina que, esta, será cara,
naturalmente (evidente que ele é capitalista, preza esses valores, e espera
enriquecer).
Entrementes, a
Prefeitura Municipal de Afonso Cláudio, na região serrana do ES, divisa com
Minas Gerais, pode comprar a máquina e ceder horas aos pobres e miseráveis ou
aos agricultores e pecuaristas, facilitando em muito as construções,
barateando-as tremendamente.
Ou pode deslocá-la
para as regiões próximas e começar a fazer milhares de tijolos por hora
(tipicamente a que está mais adiantada faz agora 12 mil/hora). Sendo
necessários 45/m2, pode-se fazer 267 m2/hora de parede,
um terreno de Linhares tendo em geral 15 x 30 = 450 m2, nos outros
lugares em geral 12 x 20 = 240 m2, uma casa inteira em apenas uma
hora. Se considerarmos oito horas de trabalho por dia, tirando sábados e
domingos, 2 x 52 = 104 dias, mais dez dias feriados, 114 dias, sobram 365 – 115
= 250, x 8 = 2.000 horas e outro tanto de casas. Em seis anos todo o déficit
habitacional de AC/ES estaria zerado. Com 30 mil habitantes, a divisão clássica
de 30 % de miseráveis e 50 % de pobres, 80 % dão 24 mil habitantes, com
famílias de quatro pessoas, seis mil famílias ou luzes, como se dizia
antigamente, seis mil divididos por dois mil, seis anos.
Não é preciso buscar
minas de argila, nem processos complicados: compra-se a máquina, instala-se
junto a fonte de energia, se pega terra em qualquer sítio, coloca-se junto o
cimento e está pronto.
Por comparação veja
esses intelectuais, digamos professores de universidades ou certos “filósofos”
repetidores como as estações repetidoras de TV. A esse Dionício não queriam
deixar ir representar o ES, porque é analfabeto, ao passo que foi e ganhou o
primeiro prêmio, como é justo e necessário.
E outros, tão
inúteis são os intelectuais, que só sabem reclamar sem nada de útil fazer,
arrotando sempre de suas supostas alturas, esses que denigrem a imagem do
inventor, que fazem eles?
Os inventores têm
essa utilidade notável, de produzirem coisas que são imediatamente usáveis pela
humanidade em geral, pelos brasileiros, pelos capixabas. E os intelectuais?
Entre os inventores
iletrados e os intelectuais carcamanos vou sempre preferir os primeiros. De
longe.
Vitória, quarta-feira,
14 de maio de 2003.
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