quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017


Empresário Online e Sala do Empresário

 

                            Tirei da Internet a notícia (poderíamos dizer I-NOTÍCIA), em sítio com o nome de Empresário Online, de que há lá em oferta 576 entrevistas.

                            Veja a importância disso.

                            Tenho me virado para o empresariado, sob a ótica de que eles podem contribuir, quando atrelados a um suficientemente alto projeto nacional (e, especialmente, nacionalizante, principalmente se nacionalismo aberto), como fator de desenvolvimento DE TODOS.

                            Antes, a Veja semanalmente (e outras revistas eventualmente, fragmentariamente) publicava entrevistas variadas, inclusive com empresários, de modo que para seguir a linha de sua opinião global ou coletiva demorava no mínimo uma semana, ou era picotado, o que é detestável para os pesquisadores, demorando anos e até décadas para oferecer certa precisão mínima, essa LINHA DEMONSTRÁVEL de julgamento conjunto, de grupo.

                            Agora, pelo contrário, aquilatar em bloco a posição particular do indivíduo e a atitude conjugada, do coletivo de trabalho empresarial. Podemos dizer o que pensa A e o que é o pensamento médio da confraria, da burguesia industrial e até da burguesia econômica toda (agropecuária/extrativismo, industrial, comercial, de serviços e bancária), separada por setor ou agrupada, de toda a economia.

                            O último estudo frutuoso feito sobre os poderosos, fora o do brasileiro Raimundo Faoro (nascido em 1925, livro com o título de Os Donos do Poder, de 1958), foi o de Charles Wright Mills (americano, 1916 a 1962, apenas 46 anos entre datas), que escreveu o formidável A Elite do Poder, de 1956 – por sinal precedeu o do brasileiro-, décadas atrás.

                            Agora, pela primeira vez, foi por tabela oferecido, por vontade de apresentação deles, instrumento científico de análise e síntese, em português, sem falar que a literatura do mundo deve ser 40 vezes isso (dado que o Brasil participa com uns 2,5 % da renda planetária). Se for assim, devem existir por aí 40 x 600 = 24 mil entrevistas, ou mais, pois os estrangeiros se empenham muito mais, com maior atenção e dedicação no acabamento.

                            Portanto, sem mais nem menos uma oferta polpuda foi feita aos sociólogos, filósofos, cientistas e todo curioso.

                            Não é tão surpreendente este mundo?

                            Vitória, segunda-feira, 28 de abril de 2003.

Nenhum comentário:

Postar um comentário