Desatando o Nó Górdio
Diz a lenda que
Alexandre Magno chegou a certa região onde existia um nó tremendamente grande,
estando escrito que quem conseguisse desatá-lo se tornaria imperador. Ele
simplesmente foi lá e cortou-o com a espada, o que passou por esses quase 2,5
mil anos como prova de esperteza.
Eis que não é.
Pois a chave é
DESATAR, des-atar, atar ao contrário, des-amarrar, des-juntar, soltar,
desembaraçar enfim. O corte não corresponde ao contrário das operações de
atamento, é simples destruição. Por acaso resolver um problema de Matemática ou
Física corresponderia a riscá-lo todo? De modo algum. O certo seria Alexandre
pacientemente desatar o nó, através da inteligência dos gestos, e não cortar a
corda pelo exercício da força. Isso mostrou que ele não passava de um garoto
aventureiro, impetuoso, oportunista, violento, brutal, selvagem.
E quem dele fez
propaganda todo esse tempo foi porque não raciocinou, ou porque aderiu à
intempestividade soldadesca, à violência militar, que é inoportuna exatamente
por fugir à compreensão dos processos que constroem os objetos, dos programas
que fazem funcionar as máquinas.
Ele não desatou o
nó, que ainda está lá, à espera. Ele apenas destruiu, como acontece de os
militares fazerem sempre, na falta de compreensão.
Vitória,
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2003.
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