Conciliação Interna
Os árabes mostraram
na guerra do Irã com o Iraque (1979 a 1988, 300 mil iraquianos e 400 mil
iranianos mortos, segundo o Almanaque Abril 2002), no ataque do Iraque ao
Kuwait em 1991 e na recente Guerra do Iraque que eles não conseguirão se unir
tão cedo, apesar de toda vazia proclamação da irmandade muçulmana. Dividindo-os
ainda mais nesta guerra e à Europa, postas a brigar a Grã-Bretanha e a França,
os EUA continuam com a política romana de dividir para reinar.
Sentindo-se internamente
ameaçados com o atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 no WTC em Nova
Iorque, os americanos estão prontos a procurar conciliação interna (com os
negros, os mexicanos, os porto-riquenhos, até os brasileiros, que são mais de
300 ou 500 mil por lá, não sei ao certo, perto de 1/350 da nossa gente). Já
começaram a favorecer a imagem do México, novo parceiro do Nafta, nos filmes e
em tudo que por lá se passa. Chamaram Caetano Veloso para ser o primeiro
brasileiro a cantar numa cerimônia do Oscar, como previ que iria acontecer (não
exatamente ele, qualquer um).
Precisam garantir a
América do Sul, para se oporem eficazmente à Europa dos 15 (em empate técnico
com o Nafta) quanto ela passe aos 27, depois outros ainda, englobando mais e
mais do Leste europeu, talvez até a Rússia, inesgotáveis reservas de gente e
minerais, além de petróleo e gás, que é tanto projeto europeu quanto chinês e
japonês. A coisa toda está se tornando tremendamente complicada, com tantos
agentes espertos no jogo; não é mais a segunda guerra mundial, instrumentos
preditivos muito melhores estão presentes, bem como os supercomputadores.
É aí que todos
procuram ganhar, nas carências do gigante, nas suas necessidades debilitadas.
Mas não é bom estar perto de um gigante que estertora, mesmo se os sinais de
espasmos se dão em décadas e não em minutos, como aconteceria com um corpo
biológico. É perigoso. É muito preferível trilhar um caminho próprio, longe da
briga dos cachorros grandes.
Melhor do que pagar
os favores com os desfavores é seguir caminho independente, projeto próprio.
Vitória, domingo, 06
de abril de 2003.
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