quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017


29.481 em Média

 

                            Os jornalistas escrevem e falam assim.

                            Vamos analisar o que seja isso.

                            Para ter o 1 (um) terminal ou final deve ser média de inteiro, por exemplo, 58.962/2 ou 88.493/3 ou qualquer 29.481(n/d), em geral. O que nos garante que não tenha sido fração que foi aproximada? Depois, há a aproximação científica para 29,5 mil, que é maior que 29.481 apenas 19 ou 6,5/10.000. Uma margem tão pequena pode dever-se a inexatidão de amostragem, pelo que é melhor expressar 29,5 mil, como fazem os cientistas. Depois, médias são traiçoeiras, pois como se diz classicamente em referência à estatística, “se alguém está com a cabeça no fogo e os pés na geladeira, na média vai muito bem”, e isso não seria verdadeiro. A cabeça queimaria e os pés congelariam e gangrenariam. De dissermos que foram ao estádio numa semana 250 mil espectadores e na outra 10 mil, na média teríamos 130 mil espectadores. Os dois times que atraíram o primeiro contingente são excelentes, os dois últimos péssimos – na média são os quatro bons? A média é um padrão, que só ajuda o conhecimento quando temos os extremos e de preferência os números todos.

                            Enfim, o Jornalismo, como forma baixa da História, tanto quanto a Cartografia, a contraparte baixa da Geografia, devem se ajudados, guiados para uma forma de expressão mais condizente com a compreensão as formas firmes da lógica-dialética, a dialógica, a tecnarte de diálogo com o mundo. São muitas vezes patéticas as expressões que os jornalistas usam, querendo parecer espertos e atilados. Só denotam afoiteza e falta de cultura, para não falar de conhecimento firme.

                            Os responsáveis são os conhecimentos altos (Magia, Teologia, Filosofia e Ciência) que não cuidam de seus pupilos postos mais abaixo na escada da compreensão.

                            Vitória, sábado, 22 de fevereiro de 2003.

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