Robôs
Asimov traça em seus
contos as tais Três Leis da Robótica
(palavra inventada por ele), que supostamente impediriam os robôs de fazer mal
a um ser humano. Acaso ficamos irritados com as máquinas que decepam os dedos
de pessoas nas fábricas? Não, porque não lhes imputamos vontade, determinação,
desejo de assim proceder.
Você pode ficar
irritadíssimo, como já fiquei inúmeras vezes, quando um objeto se lhe opuser
resistência passiva, mas não com o objeto diretamente e sim com a resistência,
que transferimos por confusão mental à coisa. Enquanto os robôs não adquirirem
consciência e intencionalidade não lhes obstaremos. Quando o fizerem, como eu
já disse várias vezes quando falei da terceira natureza e dos novos-seres,
serão uma nova espécie, e as espécies racionais travam naturalmente guerras
entre si, indefectivelmente. TODOS os seres-novos guerrearão uns contra os
outros.
Quando, por pura
estupidez, os brancos não atribuíam alma aos negros, portanto tirando-lhes sua
racionalidade, sua humanidade, não os temiam tanto, porque eram julgados
objetos. Quando reconheceram a alma que sempre tiveram, aí sim, temeram a
igualdade, PORQUE ELA ERA POSSÍVEL; neste instante o que foi visado era a
posição de inimigo potencial e aí já tínhamos, como temos enquanto não acabar a
babaquice das restrições inter-humanas, guerras inter-racionais, entre os
dotados de razão.
O mesmo se dará com
relação aos robôs, de forma que as questões de Asimov não são pertinentes.
Ainda assim, por motivo de trama, para fazer filmes, podemos adotá-las e
desenvolvê-las, apresentando seus livros de robôs, até porque o grande tema dos
novos-seres, que estão batendo à nossa porta enquanto possibilidade, e com eles
o sub-tema dos robôs, será discutido.
Quanto a como serão,
eles chegarão aos pedaços em terrenos vazios, se montarão, construirão o prédio
até o último andar, farão o acabamento, robôs menores descerão as peças, eles
mesmo entrarão nas conduções e irão
embora, talvez montar uma ponte completa, criando no local as partes necessárias
ou recebendo-as de fora, ou fazendo um hospital, ou estabelecendo do zero uma
fazendo, indo ao fundo do mar, subindo até a estratosfera, indo a Marte e
Vênus, aos satélites, onde o ser humano não puder ir, até ao vácuo. Por quê
haveríamos de não gostar de colaboradores assim? De fato, nós os amaremos até a
paixão. A questão que se põe será outra: como nos desgarraremos deles? Você
chutaria sua máquina Xerox?
Vitória,
segunda-feira, 21 de abril de 2003.
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